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TRAÍDA PELO HI5

Vivo em união de facto há 9 anos, tenho duas filhas, uma de uma relação anterior, tenho 30 anos e o meu marido 28. Sempre pensei que tinha um marido perfeito, trabalhador, bom pai, não saía sem mim. Os nossos amigos são comuns e ele aparentemente nunca foi de dar muita conversa a ninguém. Ele é bonito e eu sempre fui algo ciumenta, mas não exageradamente, até que há mais ao menos três meses encontrei um Hi5 paralelo, sem fotografia, onde ele dizia que era solteiro e que pretendia conhecer mulheres. Até tinha um e-mail na página através do qual mantinha contacto com elas. Confrontei-o exaustivamente até que ele confessou que se encontrou com uma mas que não aconteceu nada. Fiquei de rastos, quase enlouqueci, vivia agarrada ao computador a tentar encontrar mais coisas, descobri que ele se inscrevia em tudo o que era redes sociais (Netlog, Meetic, Clube da Amizade, Boomclub e muitos mais, mas via-se que se inscrevia e que nunca mais lá ia, ou seja, não havia muito interesse. Agora consegui chegar à fala com mais uma das mulheres que me disse que foi almoçar com ele e nada mais. Confrontei-o novamente, só chora, diz que me ama e que foi só uma fase (tudo isto se passou em 2008), diz que nunca me traiu efectivamente, que para ele era um jogo e que foi só curiosidade. Mas eu estou de rastos, passo a vida a vasculhar o computador e sites à procura de vestígios. Quero continuar com ele mas sinto que tudo se desmoronou.
A.

A criação de uma conta no Hi5 ou em qualquer outra rede social pressupõe quase sempre a vontade de fazer novos contactos, conhecer outras pessoas. Quando este passo é dado de forma a que o cônjuge não tome conhecimento, mesmo que não haja vontade se ser infiel, a relação conjugal corre alguns riscos. É possível que os ciúmes a que se refere tenham contribuído para que o seu marido pudesse, de algum modo, sentir-se sufocado, buscando nestas ferramentas um escape. Acredito que o facto de ter descoberto estas contas e os encontros que terão ocorrido à sua revelia tenha abalado a sua confiança. Sentir-se-á legitimamente insegura e procura, através de buscas no computador do seu marido, "provas" que lhe permitam ter mais certezas. Permita-me, no entanto, dizer-lhe que conheço bem estes comportamentos "à detective", como lhes chamo, e sei o quão perigosos são - quer para a relação, quer para a sua auto-estima.

Mesmo que ainda lhe seja difícil encarar o problema de forma diferente, garanto-lhe que o restabelecimento da confiança depende mais do diálogo e dos compromissos que cada um for capaz de assumir do que de qualquer prova. Refiro-me à importância de cada um ser capaz de expressar sem medos aquilo de que precisa para se sentir amparado, mas também à manifestação clara daquilo que os insatisfaz e que tem contribuído para este afastamento. Bem sei que quando a confiança é abalada tudo parece desmoronar-se, mas lembre-se de que, se não forem capazes de dar resposta a estas dificuldades sozinhos, existe ajuda especializada a que podem recorrer.