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PERTURBAÇÃO BIPOLAR - O IMPACTO NA FAMÍLIA

Foi diagnosticado à minha mãe o distúrbio bipolar - por um psiquiatra - apesar de ela não acreditar, até porque é uma pessoa que vive a caminho dos médicos. Eu, como filha que sou, não me relaciono muito bem com ela porque discordo das suas atitudes e maneiras de pensar. Tenho dúvidas acerca do problema dela. É capaz de estar um dia bastante deprimida, a chorar, armar-se em vítima, e no dia a seguir está bastante eufórica, a dizer que consegue tudo, é a maior, etc., e isso irrita-me, pelo que passamos o tempo a discutir. No entanto, pergunto-me se não estarei a agir mal (ao tentar fazer com que ela pense de forma diferente), caso ela realmente tenha esta doença. Pode dizer-me qual a melhor forma de me relacionar com a minha mãe?
S.

Qualquer transtorno psicológico tem implicações sociais, profissionais e, sobretudo, familiares. Independentemente de se tratar de uma depressão "clássica", de um transtorno ansioso ou de perturbação bipolar, é quase sempre difícil gerir as alterações de humor e as mudanças comportamentais que daí resultam. Não se puna a si mesma por não saber como lidar com as mudanças de comportamento da sua mãe, nem faça juízos de valor acerca da sua própria irritabilidade. Saiba que o facto de se sentir tantas vezes irritada com os comportamentos da sua mãe é provavelmente um mecanismo de defesa que a impede de sofrer (ainda mais).

Em primeiro lugar, é fundamental confiar na equipa médica que estiver a seguir a sua mãe. Bem sei que é difícil - quer para o próprio, quer para a família - interiorizar este tipo de diagnósticos, mas os rótulos só são importantes na medida em que nos permitem arregaçar as mangas e movimentar os recursos necessários ao acompanhamento especializado. Fale com a sua mãe num tom neutro, mostrando-lhe as suas preocupações assim como o seu desejo de conhecer melhor os contornos das suas dificuldades. Pode inclusive propor-lhe acompanhá-la a uma das suas consultas e/ou irem juntas a uma consulta de terapia familiar para que o impacto da doença possa ser minimizado e a sua relação afectiva com a sua mãe possa ser restaurada.

Conhecer esta perturbação e mostrar o seu interesse junto da sua mãe ajudá-las-á a contornar os obstáculos por que têm passado. Lembre-se de que a ajuda médica e psicológica pode ser generalizada aos restantes membros da família, minimizando assim os riscos de isolamento social do doente e o desmembramento familiar.