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INFIDELIDADES SUCESSIVAS

Eu e o meu marido estamos a separar-nos. Ele já me traiu algumas vezes. Sei que não quero viver uma vida de desconfianças, mas não consigo cortar este laço. Quem decidiu sair de casa foi ele, sei que é melhor para nós os dois, mas acho que ainda o amo, mesmo não tendo apetite sexual. Racionalmente eu aceitei a saída dele de casa, mas emocionalmente está a ser difícil, começo a lembrar-me de todos os nossos momentos juntos, coisa que não acontece no dia a dia quando estamos bem. Desta vez não descobri nenhuma traição, mas ele tem estado diferente há algumas semanas, facto que acaba por provocar algumas discussões, e ele alega que se vai embora por causa dessas discussões. Tenho quase a certeza de que ele tem outra pessoa, mas ele não admite, diz que sai de casa apenas para "dar um tempo". Gostaria de saber onde encontro forças para passar por esta situação. Já nos separámos uma vez, durante 1 mês, e foram dias difíceis, acordava no meio da noite, ligava para ele a toda hora, pedia para ele voltar. Não quero passar por esta angústia novamente. Temos um filho de 5 anos e, quando passamos por estas fases, eu acabo por não lhe dar atenção, bebo bastante, fico sem ânimo para nada, às vezes nem para um banho, também como pouco e fumo excessivamente. Não tenho estrutura emocional para superar a perda.


B.

Como tenho dito frequentemente, os motivos que levam um casal a uma situação de infidelidade são os mesmos que tantas vezes levam à ruptura. Ainda que o seu casamento tenha sido afectado por sucessivas traições, parece-me claro que isso não foi suficiente para revolucionar as coisas ao ponto de ambos olharem para o interior da relação e para aquilo que estaria na base do afastamento. Em vez disso, terão tentado manter a normalidade, sem questionar os padrões de relacionamento e procurando gerir as dificuldades cada um à sua maneira. O mais importante nesta altura não será, certamente, saber se o seu marido tem ou não outra pessoa, já que já viveram essa experiência. Importa, sim, reconhecer que não têm conseguido, sozinhos, fazer face às sucessivas dificuldades e que, para isso, existem profissionais especializados. Como não estão sozinhos neste processo, é importante que algo seja feito para que os problemas conjugais não condicionem de modo permanente o bem-estar do vosso filho. Quanto mais depressa recuperarem a estabilidade pessoal e conjugal - seja qual for o rumo da relação - mais facilmente voltarão a assumir com responsabilidade o papel parental.