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VIOLÊNCIA CONJUGAL

Conheci o meu marido há três anos. Ele namorava com uma rapariga muito bonita e formavam um belo casal. Quando saíamos, vários casais, eu notava que ele estava sempre a olhar para mim e era muito educado e atencioso comigo. A namorada dele era ciumenta e não o perdia de vista. Quando terminei o namoro, ele ligou-me e pediu-me em namoro; disse que tinha acabado tudo com a namorada dele porque estava apaixonado por mim e queria uma oportunidade. Sendo assim, eu não tinha nada a perder, ele era e ainda é muito bonito, tem estilo, é inteligente, educado, enfim, é um homem maravilhoso. Acabámos por casar. Mas a namorada dele nunca aceitou o fim do namoro, ligava-me, ameaçava, chorava, implorava para que eu desistisse dele. Às vezes seguia-nos quando saíamos e no dia do casamento ela estava na igreja e tentou falar com ele, mas o Pai dele conseguiu tirá-la de lá antes de eu chegar. Enfim, de tanto ficar atrás do meu marido, mesmo depois do casamento, eles passaram a encontrar-se e tiveram um caso. Quando descobri queria separar-me mas o meu marido explicou que me amava e que a outra não significa nada para ele. É apenas uma coisa insignificante. Eu continuo com ele, amo-o, mas a outra também continua a estar com ele e uma amiga que conhece a família dela diz-me que o meu marido faz coisas horríveis com a rapariga, que lhe bate muito ao ponto de realmente a magoar, que a maltrata e a humilha, além de outras coisas graves. Eu não entendo como é que uma pessoa tão carinhosa e atenciosa comigo pode maltratar tanto uma mulher. Uma vez vi-a na rua e ela estava toda magoada porque apanhou do meu marido e fiquei a saber que foi porque ela ligou para minha casa e eu contei ao meu marido. Isto é normal? Como é que isto tudo é possível? Ele nunca me levantou a mão, nem sequer nas nossas discussões mais difíceis, então porque faz isso com a outra?

S.


A situação que descreve é atípica, já que normalmente as situações de violência ocorrem precisamente entre marido e mulher, e menos ao nível das relações extraconjugais. Provavelmente, esta mulher terá uma auto-estima muito baixa, que a impede de seguir em frente com a sua vida e desligar-se do seu marido. Mas não posso fazer qualquer comentário ao comportamento do seu marido, já que não tenho dados que me permitam conhecer a situação em profundidade. A violência é, no entanto, um comportamento que não dignifica ninguém, além de constituir um crime (público).


Esta é uma situação que deve ser alvo de intervenção tão rapidamente quanto possível. Sugiro que convença o seu marido a aceder a participar num processo de terapia familiar para que, juntos, possam olhar para a vossa relação e para as dificuldades que devem resolver para que retomem a harmonia. A manutenção deste ciclo de violência pode ser muito perigosa para todas as partes envolvidas, pelo que quanto mais cedo pedir ajuda especializada, menores serão os danos.