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CASAMENTO E CHAT

Conheço a minha esposa há 16 anos e há quase 8 anos que estamos casados. Passámos por muitas situações de conflito. Ela sempre foi amorosa, e eu não tanto como deveria. Não tínhamos relações com frequência (duas vezes ao mês). Eu costuma ficar na Internet e acabava por deixá-la sozinha e ela sentia-se magoada. Quando senti que a estava realmente a perder, resolvi mudar a minha postura. Reconheci que estava a agir de uma forma errada com ela, mas senti que ela começou a mudar, mesmo eu reconhecendo meus erros. Já há quase dois meses que não temos relação íntima. Já tentámos conversar e ela alega que o problema é com ela, que está deprimida e pediu-me um tempo para pôr os seus pensamentos em ordem. Mas uma das coisas que ela começou a fazer e que nunca tinha feito é navegar em salas de chat (Sexo-Lésbicas) e conversar com mulheres no MSN. Sei disso porque consegui ler o que ela escrevia sem que ela me visse. Não lhe disse que presenciei esse facto. Mas dou algumas indirectas e ela diz que é uma brincadeira, uma forma de distracção. Mas também já cheguei a saber que ela gostava de se encontrar com uma dessas "amigas". Se ela alega depressão porque faz este tipo de coisas, que sempre desaprovou, quando soube que eu fazia quando estávamos a namorar? Tento conversar numa boa com ela, pois acredito que possamos ser felizes ainda. Mas aos poucos vou-me desanimando e sem saber mais o que fazer.
V.
Aparentemente, a sua mulher estará a reproduzir o seu padrão comportamental, voltando-se para fora da relação. De alguma forma, as salas de conversação da Internet funcionam como um escape às dificuldades reais do casamento. É mais fácil evitar os problemas e conversar com pessoas novas do que enfrentar o cônjuge e falar sobre temas sensíveis. Invariavelmente, falar sobre a relação conjugal implica alguma dose de conflito e nem sempre estamos disponíveis para ultrapassar esse obstáculo.

O facto de a sua mulher estar deprimida não inviabiliza esta procura de novos estímulos através da Internet. Pelo contrário. Ela pode sentir-se incapaz de enfrentar os problemas e ver nas salas de conversação uma espécie de refúgio.

É legítimo que se sinta perdido e sem ânimo, mas isso não significa que deva desistir de lutar pelo seu casamento. Ainda que os problemas pareçam agora maiores do que tudo o resto, valerá a pena olhar para os 16 anos de vida em comum e reflectir sobre a viabilidade desta relação. Se ainda se amam, está na altura de se virarem para dentro do casamento e de lutarem juntos.

O diálogo é uma via para resolver este tipo de dificuldades, mas a verdade é que não estão a conseguir fazê-lo sozinhos. Então, sugiro que recorram à ajuda de um terapeuta conjugal. O adiamento deste pedido de ajuda poderá comprometer (ainda mais) o casamento
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