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FALTA DE ENERGIA

Tenho 25 anos, sou filha única, licenciada, com um emprego razoável e, aparentemente, não tenho razões para me sentir descontente com a minha vida. No entanto, sinto-me sempre insatisfeita. Sinto-me insatisfeita com o emprego que não me permite sair de casa dos meus pais e também pelo mau ambiente que lá tenho (no trabalho). Terminei uma relação de 2 anos há cerca de 2 meses e, embora esteja já noutra relação, não me sinto preenchida. Sinto mesmo que ando à procura da minha "alma gémea" mas como sou uma eterna insatisfeita parece que nunca hei-de encontrá-la. A par disto, há cerca de 2 semanas perdi o meu avô precocemente, vítima de doença, e ainda não superei de todo este choque. Sinto-me revoltada porque não sei como tapar este buraco deixado, não sei como matar as saudades que sinto... Estou sem vontade para nada, só quero dormir e estar sozinha e tudo isto está a atrapalhar a minha vida. Sinto falta da minha energia habitual. Como sou uma pessoa muito ansiosa e com historial de ansiedades e pânico, tenho tentado evitar tomar a minha medicação pois acho que me deixa ainda mais em baixo mas não sei por onde começar a resolver estas questões e a sentir-me melhor com a minha vida.
J.
O facto de se sentir com menos energia do que o habitual terá a ver certamente com as perdas por que passou. A verdade é que em pouco tempo perdeu alguém de quem gostava muito e terminou uma relação amorosa. Ora, é preciso tempo para gerir as emoções associadas a estas mudanças. É provável que ainda se sinta confusa e meio perdida. Procure rodear-se das pessoas de quem gosta (e que gostam de si) e fale sobre aquilo que sente. Ainda que o recolhimento possa ser terapêutico, sentir-se-á mais amparada se puder partilhar com outras pessoas a sua angústia. Mais: essa partilha ajudá-la-á a racionalizar as emoções e a organizar o seu pensamento. As perdas implicam sofrimento e não há como evitá-lo. O que é preciso é gerir a situação de modo a não permitir que estes acontecimentos a impeçam de continuar a projectar a sua vida.

Procure olhar para aquilo que já conquistou e valorize as suas pequenas e grandes vitórias. Quanto ao seu trabalho: é natural que, nesta fase, não se sinta tão entusiasmada, já que o seu estado emocional está condicionado pelos eventos recentes. Permita a si própria mais algum tempo, até que possa sentir-se suficientemente serena para avaliar as alternativas com a calma e a ponderação que a situação exige.

Fale com o seu médico de família e explore a questão da medicação. Juntos poderão definir qual é a melhor opção para lidar com a fase por que está a passar.