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O MEU MARIDO NÃO ME PROCURA SEXUALMENTE

Casei com 16 anos. Tenho neste momento um relacionamento de 26 anos. O meu marido sempre teve muitos fetiches, entre os quais sexo em grupo. Nunca cedi, pois nem a ideia me deixa confortável. Sempre foi muito activo sexualmente, embora sem se preocupar muito com a minha satisfação. Tínhamos relações sexuais várias vezes durante a semana. Desde há cerca de 2 anos para cá começou a distanciar as relações e a própria aproximação. Quando o questionei acerca do assunto ele respondeu que se queria sexo que fosse à rua. Há cerca de 3 meses descobri que ele tinha um telemóvel secreto de onde mandava mensagens para chats e inclusivamente com mensagens a marcar encontros e outras explícitas dos encontros realizados. Confrontei-o com o assunto - primeiro negou, depois, como viu que não havia como negar, disse que nunca se passou nada e que nunca mais iria enviar mensagens. Exigiu que nunca mais falasse no assunto, caso contrário ia embora de casa e nunca mais voltava. Durante cerca de um mês o relacionamento melhorou, mas neste momento volta a andar distante e não me procura sexualmente. Sempre que vai para a cama ou se queixa que está cansado ou está doente de alguma coisa. 

M.

Como já tenho referido, a sexualidade pode funcionar como um barómetro da satisfação conjugal. É muito difícil manter a intimidade sexual quando há distanciamento emocional entre os membros do casal.

Existem múltiplas razões que podem levar uma pessoa a envolver-se (fisicamente ou não) numa relação extraconjugal, mas, de um modo geral, é mais fácil impedir estas situações quando a comunicação é eficaz. Acredito que não seja fácil para si abordar estas questões com o seu marido, mas a resolução deste impasse requer o diálogo honesto. Se o seu marido inventa desculpas para evitar a intimidade sexual, é porque não é fácil abordar um tema tão sensível. No entanto, isso não quer dizer que não haja nada a fazer. Antes de mais, importa que ganhe coragem e diga ao seu marido aquilo que sente. Partilhe com ele as suas emoções, as suas dúvidas, a sua ansiedade e proponha-lhe uma conversa franca. Peça-lhe que defina a altura mais apropriada - pressioná-lo para falar só dificultará o processo. Explique-lhe que a conversa não servirá para fazer críticas ou juízos de valor, mas antes para que, a dois, possam conversar sobre alternativas para ultrapassar estas dificuldades.

É possível que o seu marido se sinta constrangido em partilhar consigo as suas próprias emoções, nem que seja por receio de a magoar, pelo que é importante que se mostre disponível para negociar estratégias de resolução do problema. Claro que estas estratégias não devem incluir a anulação dos seus próprios limites. Apimentar a intimidade sexual não implica impor sacríficios a nenhum dos membros do casal. Lembre-se de que lhe compete a si esclarecer o seu marido a respeito daquilo que lhe dá prazer. Finalmente, importa que contemple a hipótese de recorrerem à ajuda de um terapeuta conjugal.