PÁGINA INICIAL     |     AMOR     |     ANSIEDADE      |     CIÚME     |     DOENÇA E MORTE     |     FAMÍLIA     |     FOBIAS     |     INFIDELIDADE     
VIOLÊNCIA     |     DIVÓRCIO     |     EDUCAÇÃO DOS FILHOS     |     ÁLCOOL E DROGAS     |     COMPORTAMENTO ALIMENTAR     |     DEPRESSÃO

DEPOIS DO DIVÓRCIO

Depois do divórcio a minha vida parece não ter solução possível. Namorei 5 anos, estive casada 9. Tenho dois filhos e tenho uma empresa com o meu marido. A nossa relação até era boa (aparentemente) mas sexualmente era má. Um dia eu achei que merecia mais, achei que para o que eu era merecia melhor. Mas a questão é que ele não é assim tão horrivel e até tenho que admitir que gosta de mim (à maneira dele). Comprei casa e saí, com lágrimas mas saí. Os meninos vieram comigo mas ficou logo acordado que iríamos fazer guarda conjunta pelo bem dos filhos. Até está a resultar. O facto de trabalharmos juntos dificulta muito as coisas, vemo-nos sempre, temos que resolver praticamente tudo juntos... Há dias em que me sinto com coragem de continuar, há outros em que me sinto muito triste e sem força, achando que nunca vou conseguir libertar-me deste casamento. Acho também que o quadro familiar que tínhamos me faz falta, mas por outro lado não consigo imaginar que terei que me deitar com ele outra vez. Será tudo isto normal? Será que passará um dia?

S.

Apesar de o divórcio estar mais ou menos banalizado, a verdade é que se trata quase sempre de um processo doloroso e que envolve um período de adaptação no qual se inserem muitas dúvidas. Em muitos casos há até avanços e retrocessos que marcam o período anterior ao divórcio propriamente dito. Assim, é absolutamente natural que se sinta dividida e angustiada. Afinal, não é fácil romper com o passado. O fim de um casamento implica também o rompimento com parte da nossa identidade - habituamo-nos a ser, entre outras coisas, a "mulher de" ou o "marido de". Quando há filhos o processo é invariavelmente mais complexo, já que há laços que têm mesmo que se manter e não é possível (nem saudável) fugir para longe para fazer o luto da relação. No seu caso este luto estará a ser dificultado pelo facto de trabalhar com o seu marido - o contacto diário poderá estar na base da sua ambivalência. No entanto, é importante interiorizar que "tudo passa nesta vida" e esta dor também vai passar. Mais cedo ou mais tarde vai ser capaz de olhar para o pai dos seus filhos com serenidade e deixará de sentir quaisquer constrangimentos.