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A DOR DA TRAIÇÃO

A dor da traição rasga-nos por dentro... Questionamos tudo, até nós como mulheres! Tenho 9 meses de casamento, depois de estar sozinha algum tempo resolvi apostar de novo. Pois é, não faz muito sentido, com nove meses de casada já ter sido traída duas vezes... Não sei o que dói mais, se a traição, se a mentira, se o facto de ser rejeitada tantas vezes como mulher! Sou eu quem procura e sou eu quem ouve... Outra vez falar de sexo? Não sei porque ainda aqui estou, não tenho filhos deste casamento e ainda por cima a aliar à traição, existe um grande problema de álcool... Vejamos bem, já passei os quarenta, mas sou e sei que sou uma mulher bonita, inteligente, trato muito bem os filhotes dele que ainda são pequenos e passam muito tempo cá em casa, sou a chamada boa dona-de-casa e ainda tenho o meu emprego... Mas tenho sempre um tempo do qual não queria abdicar e que acho que é só do casal e tanta falta faz... Mas não pode ser só um a querer! Fico à espera da próxima traição? Fico à espera que seja ele um dia a olhar para mim como mulher? Ou quantas noites mais vou passar a dormir sozinha porque não aguento o cheiro a álcool? Já tentei tudo, estou farta de promessas! O pior é que eu já não acredito no Pai Natal. 

M.

A expressão que usou é paradigmática: de facto, a infidelidade pode assemelhar-se a uma dor que "nos rasga por dentro". Apesar dos hipotéticos sinais, ou do facto de existirem tantas histórias semelhantes à nossa volta, ninguém está à espera de ser traído. O amor é, para a generalidade das pessoas, a oportunidade de sonhar e de dar mais côr à vida. A confrontação com a mentira acarreta dor, desilusão e, nalguns casos, a ruptura. Noutros casos a revelação representa o choque, mas também o reconhecimento de que a reconstrução implica mudanças. Por isso, é mais difícil para quem está de fora aceitar ou até compreender a posição de alguém que se submete a mais do que uma traição e não "bate com a porta". A verdade é que a gestão das emoções pode ser um processo complexo e, no seu caso, o processo de racionalização ainda não lhe permitiu tomar as rédeas da sua vida. Estará farta de promessas, mas incapaz de aceitar que o seu marido possa continuar a agir da mesma maneira. Alimenta uma esperança de que ele mude e, enquanto isso, adopta uma postura mais passiva. É tempo de tomar decisões, de dar voz às suas necessidades e de romper com o sofrimento a que tem sido exposta. Se não cuidar de si, quem cuidará?

Com certeza que é saudável que queira voltar a apostar na relação, mas é preciso que o faça de uma forma emocionalmente inteligente, impondo as mudanças mínimas necessárias ao restabelecimento da harmonia conjugal. Não tenha medo de partilhar aquilo que (verdadeiramente) sente nem de reivindicar aquilo que acha que merece.