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HORA DE MUDAR

Estou casada há 30 anos e muitos foram passados em solidão mas sempre com a esperança no amanhã. Nunca chegou esse amanhã por que tanto espero. A falta de diálogo é uma constante, reconheço. O que queria, no fundo, era um carinho, uma vida conjunta e não ter de me anular. Hoje não tenho um único amigo. Toda a gente tem amigos e eu não. Não tenho colegas de trabalho, fui-me anulando em função da esperança de que o meu amor fosse correspondido. Hoje quero falar, não consigo e o meu escape é a escrita.

H.

A insatisfação conjugal era, até há alguns anos atrás, um mal menor, uma cruz que teria de ser carregada até ao fim da vida. Por isso mesmo, equacionar uma ruptura implicava a confrontação com muitos medos e preconceitos. Felizmente, o tempo passa e as mudanças tendem a ocorrer para melhor. O casamento é cada vez mais visto como uma escolha que se faz diariamente com o objectivo de promover a felicidade. Não faz sentido mantermo-nos presos a uma relação que, não só não nos satisfaz, como compromete outras áreas da nossa vida. Dir-me-á com certeza que não se termina um casamento de 30 anos como quem troca de camisa. Mas valerá a pena viver as próximas décadas sob um estado de amargura? Valerá a pena culpabilizar o cônjuge pela própria infelicidade? Se não, então é hora de mudar. As mudanças necessárias podem não passar por uma separação, desde que ambos estejam dispostos a esforços no sentido da reconstrução deste casamento. A mudança é, ou pode ser, em si mesma assustadora, mas representa também a oportunidade de fazer novas escolhas e de dizer a si mesma que morrerá a tentar ser (mais) feliz.