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NAMORADO PEDIU UM TEMPO

Namoro há cerca de três anos e sou vizinha do meu namorado. A nossa relação já está assumida há muito tempo perante as nossas famílias e amigos, sempre nos demos bem mas, há cerca de um ano, ele deixou de dar-me atenção e eu passei a procurar outras actividades para abstraír-me disso. Comecei a sair mais com os meus amigos, cheguei a ir de viagem com eles várias vezes, e deixava o meu namorado aqui. Acontece que, durante este ano, nunca conversámos com calma, fomos acumulando os problemas e, há cerca de uma semana, uma discussão foi o suficiente para que ele me pedisse um tempo para pensar. Não terminámos a relação e eu tenho feito o que posso para conseguir estar com ele. Nada aconteceu durante seis dias, até que nos envolvemos sexualmente. Desde aí, faz dois dias que não estamos juntos. Já tivemos uma conversa séria (e foi depois dessa conversa que nos envolvemos) e ele disse que me ama, mas que eu mudei muito e que não sabe se quer continuar assim. Eu reconheço que errei em várias coisas e nem sequer reparei nisso na altura, reconheço também que mudei (para pior), mas sei que posso alterar o meu comportamento e que tenho capacidade de fazê-lo feliz. Agora não sei o que fazer. Há quem me diga para insistir com ele e tentar estar sempre por perto, para que ele perceba que gosta da minha companhia, e há quem me diga para deixar que seja ele a vir ter comigo e a telefonar-me, porque só assim sentirá a minha falta. Estou a sofrer muito, porque gosto muito dele e sei que podemos ser felizes, só preciso que ele me dê uma hipótese. O que é que faço agora?
J.

Manter uma relação amorosa é dos desafios mais difíceis que podem existir. Ao fim de algum tempo, corremos o risco de nos acomodarmos, comprometendo o bem-estar conjugal e o futuro da relação. Se, a partir do momento em que começam a surgir as primeiras dificuldades, nos voltarmos para fora da relação, numa espécie de braço-de-ferro, à espera que o outro leia o nosso pensamento, compreenda a nossa frustração e, por isso, venha ao encontro das nossas necessidades, corremos o sério risco de esse braço-de-ferro se eternizar, contribuindo para o progressivo afastamento. Acredito que, a par das múltiplas tentativas que fez para estar com os seus amigos e mostrar ao seu namorado que também seria capaz de "viver" sem ele, tenha sofrido muito com a distância progressiva.

Ambos terão cometido erros, mas estes são reparáveis se ainda existir amor. Claro que o amor nem sempre chega, pelo que é preciso reconhecer os erros do passado para que possam, se for esse o desejo de ambos, reconstruir a relação. Ora, aquilo que não funcionou no passado dificilmente funcionará agora. Se já antes optaram por guardar os vossos sentimentos, as vossas dores e insatisfações, impedindo que o outro fizesse alguma coisa, hoje é tempo de mudar. De que lhe valerá guardar para si o seu sofrimento e esperar que o seu namorado "sinta a sua falta"? Compensar-lhe-á muito mais ser capaz de assumir que sente a falta dele, mostrar-lhe que ele é importante para si e que este compromisso é uma prioridade sua. Só assim poderá exigir-lhe o mesmo, garantindo que a vossa relação estará sustentada em elevados níveis de intimidade emocional.