PÁGINA INICIAL     |     AMOR     |     ANSIEDADE      |     CIÚME     |     DOENÇA E MORTE     |     FAMÍLIA     |     FOBIAS     |     INFIDELIDADE     
VIOLÊNCIA     |     DIVÓRCIO     |     EDUCAÇÃO DOS FILHOS     |     ÁLCOOL E DROGAS     |     COMPORTAMENTO ALIMENTAR     |     DEPRESSÃO

CRIANÇA ANSIOSA

O meu filho tem 11 anos. O problema começou na escola primária: nessa altura tinha dores de estômago, levava-o à escola, até entrar para as aulas chorava e sentia-se desesperado com as dores. Até já tinha medo de comer. Levei-o a um pedopsiquiatra, começou a tomar risperdal e isso tudo devia-se ao medo de me perder. Entretanto passou, foi reencaminhado para uma psicóloga e de vez em quando toma conta dele um estado de ansiedade. Tem medo que lhe aconteça alguma coisa, até uma história mais bizarra que alguém lhe conte é o suficiente para que tenha medo de dormir e é capaz de passar a maior parte da noite a caminho da casa de banho pois diz que assim se descontrai.
M.

Tenho a certeza de que as dificuldades do seu filho a preocupam e a angustiam, ainda para mais porque se arrastam há tanto tempo. Fez muito bem em recorrer à ajuda especializada mas, pelo que me é dado a perceber, esse acompanhamento terá terminado. Não conheço os detalhes da situação clínica do seu filho, mas estou certa de que, se estes níveis de ansiedade persistem, alguma coisa pode e deve ser feita. Não faz sentido que a angústia se prolongue no tempo, pelo que sugiro que converse primeiramente com o médico de família da criança no sentido de obter algumas respostas e de, eventualmente, ser encaminhada para a(s) consulta(s) de especialidade. Não raras vezes, estes transtornos ansiosos estão relacionados com as próprias relações familiares, pelo que a terapia familiar pode ser um recurso fundamental. De um modo geral, o médico de família pode fazer uma avaliação prévia da situação clínica e, com base no conhecimento que detenha sobre a família, discernir sobre a melhor alternativa.

Importa clarificar que existem muitas crianças que passam por este tipo de problemas, sem que isso implique a culpa de ninguém. O que acontece é que cada criança é única e terá a sua forma de gerir as diferentes emoções. Não se responsabilize pelo que tem acontecido. Esforce-se, isso sim, por garantir que da ajuda médica e psicológica resultam respostas para as suas questões e melhorias para o seu menino. Se a ajuda que recebeu até aqui não foi frutífera, não baixe os braços e tente uma alternativa diferente. O importante é que mostre ao seu filho que estas dificuldades são normais e tratáveis. De resto, tal como os adultos, as crianças precisam de sentir que os seus problemas são comuns a outras pessoas que os ultrapassaram com sucesso.