PÁGINA INICIAL     |     AMOR     |     ANSIEDADE      |     CIÚME     |     DOENÇA E MORTE     |     FAMÍLIA     |     FOBIAS     |     INFIDELIDADE     
VIOLÊNCIA     |     DIVÓRCIO     |     EDUCAÇÃO DOS FILHOS     |     ÁLCOOL E DROGAS     |     COMPORTAMENTO ALIMENTAR     |     DEPRESSÃO

O DIVÓRCIO E OS FILHOS

Tenho 38 anos, sou casada há 12, 2 filhas e neste momento vivo um problema - tenho um bom marido, companheiro, bom pai, presente, mas que neste momento já não amo, como anteriormente. Isto, penso eu, verificou-se porque ele foi-me decepcionando aos poucos. Como lidar com esta situação? Como explicar às minhas filhas que quero viver sozinha com elas? Já disse ao meu marido que não andava bem. Penso que ele não vai aceitar muito bem. Como resolver esta situação, visto que não me sinto feliz a seu lado e não quero manter um casamento só pelas minhas filhas (5 e 8 anos), embora me preocupe bastante com elas, com as suas reacções, dor... Encontro-me indecisa entre manter o casamento por elas ou viver no meu espaço com elas.
L.

Embora desconheça os detalhes da sua história familiar, presumo que não esteja a ser fácil lidar com o fim do amor romântico no seu casamento e com a possibilidade de uma ruptura, mas as decisões que vier a tomar são apenas suas e devem obviamente reflectir as suas emoções e as suas necessidades. Nenhum adulto responsável acaba um casamento descurando o impacto que um divórcio pode ter nos seus filhos e não acredito que o fizesse sem ponderar muito bem aquilo que sente. Ciente de que é possível que o seu marido não reaja bem a uma ruptura, importa que interiorize também que dificilmente contribuirá para a estabilidade emocional das suas filhas se estas a virem infeliz. As crianças precisam, acima de tudo, de se sentir seguras acerca do amor que cada um dos seus progenitores sente por elas e isso, felizmente, não depende da continuidade de um casamento.

Quando dois adultos optam por manter um casamento em que já não há amor "apenas" para salvaguardar o interesse das crianças estão, na prática, a colocar um fardo demasiado pesado sobre os seus filhos. Nenhuma criança ou adolescente deve carregar o peso da frustração ou infelicidade dos pais. Além disso, lembre-se de que os filhos aprendem sobretudo por modelagem e, do mesmo modo que, ao desistirmos dos nossos objectivos às primeiras contrariedades estamos a transmitir-lhes uma mensagem de falta de perseverança e determinação, quando nos sacrificamos e/ou nos submetemos a decisões que claramente desrespeitam aquilo que sentimos e/ou aquilo em que acreditamos passamos a mensagem de que não temos direito à felicidade. Contribuir para a estabilidade emocional e felicidade das suas filhas implica que discirna sobre os seus sentimentos e sobre o que é capaz de investir nesta relação. Se não for capaz de desfazer este impasse sozinha, peça ajuda especializada.