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ADOLESCENTE DEPRIMIDA?

Acho que estou com uma depressão. Tenho 15 anos e vou para o 10.º ano, há muito tempo que me sinto revoltada com várias situações, não gosto da família que tenho, é disfuncional. Sou uma rapariga de boas aparências, não me acho nada feia, mas tenho falta de auto-estima. Sinto-me triste quase todos os dias e quando estou perto dos meus amigos disfarço e faço-me de feliz, estou constantemente a comparar-me a outras pessoas, já tive pensamentos menos bons acerca da minha vida, não gosto do padrasto que tenho. Acha este comportamento normal, tendo em conta que sou adolescente?
C.

Embora não tenha quaisquer dados que me permitam elaborar um diagnóstico, devo alertar-te para a possibilidade de o teu caso não se tratar exactamente de depressão. Compreendo que te sintas muito angustiada com alguns dos problemas familiares a que te referes e que isso contribua para a diminuição da tua auto-estima. A revolta que descreves é absolutamente normal, na medida em que já não és uma criança e vês hoje as relações familiares com uma maturidade diferente. Ainda assim, não tens ainda a autonomia de um adulto, pelo que é legítimo que a raiva seja a emoção predominante. Independentemente dos detalhes do teu percurso familiar e da relação que tens com o teu padrasto, acredito que só a passagem do tempo permitirá determinar o peso real destas questões. À medida que crescemos confrontamo-nos com os erros daqueles de quem mais gostamos, de quem dependemos afectivamente e isso faz-nos sofrer. Mas a verdade é que ninguém é perfeito e cada um de nós precisa de se sentir aceite tal como é.

Não creio que faça muito sentido esconderes a tua tristeza na presença dos teus amigos. Lembra-te de que os amigos são a família que nós escolhemos e as relações são tão mais próximas quanto maior for a nossa capacidade de nos expormos. Se os teus amigos acederem às tuas fragilidades, é possível que exponham as suas também. Enquanto psicóloga e terapeuta familiar posso dizer-te com toda a segurança que não existem famílias perfeitas e que os problemas de cada família só são verdadeiramente conhecidos por quem lá está dentro. As famílias com quem convives e que te parecem muito melhores do que a tua terão os seus próprios problemas, porventura mais sérios.