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ATRAÍDA PELO AMIGO DO MARIDO

Não sei o que se passa comigo porque sempre tive uma vida normal, um casamento normal, com filhos e tudo a correr bem. De há tempos para cá que me sinto atraída por um amigo do meu marido e não consigo perceber se estou a fantasiar ou se há "sinais" da parte dele com alguns olhares, sempre tão atencioso comigo. Isto pode ser apenas simpatia da parte dele. Eu é que me sinto atraída por ele e pensava que isto passava mas já lá vão quase 4 meses e estes pensamentos não me passam. Não sei o que fazer porque não quero trair o meu marido nem há nada para além do que se passa na minha cabeça mas tenho muito medo disto. O que posso fazer para deixar de pensar na outra pessoa?
C.

Pegando nas suas palavras e no facto de, em retrospectiva, considerar que sempre teve uma vida normal, começo precisamente por assegurar-lhe que é natural que repare noutros homens para além do seu marido, tal como é expectável que outras pessoas possam cortejá-la - através da mera troca de olhares ou até recorrendo ao elogio e ao galanteio. A satisfação conjugal não implica que estejamos fechados para o mundo e muito menos que deixemos de apreciar a beleza de outras pessoas. Claro que isto tudo é muito diferente de alimentarmos fantasias ao longo do tempo em relação a uma pessoa específica. Independentemente do que o amigo do seu marido possa sentir por si, creio que o mais relevante na sua descrição não é a interpretação de hipotéticos sinais, mas sim o facto de não estar a ser capaz de controlar estes pensamentos específicos.

Embora não tenha feito referência a nenhum detalhe do seu casamento, é óbvio para mim que esta situação constitui uma forma de alarme sobre a sua relação. A partir do momento em que se sente incapaz de travar pensamentos sobre este amigo, alguma coisa deve ser feita no sentido de analisar o que não estará a correr bem na sua relação. A inexistência de discussões não constitui uma garantia sólida de satisfação conjugal, pelo que muitas vezes é preciso analisar de forma mais rigorosa todas as áreas da conjugalidade. Não sei há quanto tempo está casada, mas conheço muitas mulheres que há muito tempo deixaram de se sentir especiais na sua relação conjugal ou que deixaram de se divertir a dois e que são subitamente confrontadas com sentimentos de alguma ambivalência.

Deixar de pensar na outra pessoa implicará que se volte para dentro da sua relação, discernindo sobre o que deve mudar para que volte a sentir-se satisfeita e segura. Mais cedo ou mais tarde terá de conversar com o seu marido sobre as mudanças de que ambos precisam. Só o diálogo sincero a propósito do que cada um precisa poderá proporcionar-lhes a segurança de outrora. Esta não é uma situação dramática. É, sim, uma oportunidade para que a sua relação continue a crescer.