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VAZIO EMOCIONAL

Tenho 21 anos e sempre me senti mal comigo mesma, o sentimento que me invade constantemente e que sempre me acompanhou (desde que me lembro) é um vazio constante, como se me faltasse algo que nao sei definir com clareza! Quando entrei para a universidade tive o meu primeiro namorado, que se mantém até hoje. No entanto, começámos de forma precipitada e sempre tivemos várias discussões. Sei que fiz dele o meu "saco de pancada" e descarregava nele todas as minhas frustrações e agora tento remediar o irremediável, talvez. Por outro lado, penso em acabar com ele porque acho que já não vai resultar. Ultimamente estou mais calma e tenho tentado aprender a gostar de mim e a aceitar as circunstâncias, pois acredito que talvez seja esse o causador do vazio que me persegue. Sempre fui demasiado tímida e na escola lembro-me de me dizerem que era uma seca - esse adjectivo persegue-me até hoje e estou em constante autocrítica e a repudiar-me por ser tão diferente do meu grupo de amigos. Ja perdi grandes amigos ao longo da vida e tenho tendência a culpar-me por isso. Nao sei mais o que pensar nem como agir! O livro que tenho andado a ler chama-se "Auto-estima - como aprender a gostar de si mesmo" de Nathaniel Branden e tem-me dado muito alento. No entanto, nem sempre é facil fazer as coisas sozinha e gostava de pedir a sua opinião para saber se devo procurar ajuda especializada.
P.

Não conheço detalhadamente o seu percurso de vida nem posso avaliar por esta via a dimensão da sua angústia e da sua melancolia. Algumas pessoas são efectivamente mais melancólicas do que outras, sem que isso indicie qualquer perturbação de humor. Noutros casos, mesmo que não haja um episódio depressivo grave, a pessoa pode estar a viver uma situação de distimia, que é uma forma de depressão mais leve mas que pode arrastar-se por muito tempo quando não há qualquer tipo de acompanhamento.

O facto de os seus amigos se referirem a si de forma negativa pode implicar que queiram, sobretudo, vê-la mais enérgica e animada, mas importa que o seu auto-conhecimento a impulsione a assumir-se tal como é e a reivindicar ser aceite com todas as suas características. Estou certa de que os seus amigos não são pessoas perfeitas e que, mesmo que sejam bastante mais extrovertidos, terão os seus momentos de tristeza e abatimento. Não faz sentido que queiramos estar ao lado das pessoas de quem gostamos apenas quando estas estão animadas. Pelo contrário, gostar de alguém implica estar "lá" em todas as horas, mesmo nas mais difíceis.

Claro que não posso ser indiferente ao facto de ter referido que tem "perdido" alguns amigos importantes ao longo do tempo. Este é um comprometimento importante do seu bem-estar, pelo que provavelmente a ajuda especializada será mesmo uma mais-valia. Um psicólogo experiente ajudá-la-á a gerir melhor as suas emoções, a perceber a origem do seu abatimento e a promover a estabilidade dos laços afectivos.