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FIM DE UM LONGO NAMORO: ANSIEDADE E SOLIDÃO

Tenho 32 anos e a minha vida teve recentemente um sobressalto no panorama emocional e pessoal. Nos últimos 3 anos tenho sobrevivido a autênticos dramas pessoais, familiares e financeiros. Para colmatar tudo isto, em Setembro separei-me de uma rapariga com quem namorei durante 10 anos e pretendia ter uma vida conjunta. Planeámos, preparámos tudo e estávamos na fase de aquisição de uma casa, preparação para casamento, etc. Desconhecia que ela e um amigo meu de infância com quem sempre convivi nos últimos 24 anos mantinham uma relação há 1 ano. Tudo isto sob o olhar de alguns amigos meus. Depois de o caso ser exposto, todas as pessoas amigas que lidaram com isto de forma normal, mesmo depois de saber alguns contornos chocantes de toda esta situação (traições debaixo do mesmo tecto, etc), foram afastadas por mim. Fiquei com a minha vida pessoal resumida a um conjunto de poucos amigos que neste momento estão todos com vidas em conjunto com as suas parceiras. Este isolamento levou-me a pesadelos onde revivia toda esta situação, estados de ansiedade, insónias, etc. Entretanto, para além do trabalho, decidi ocupar os meus tempos com algumas actividades de desporto até ter conhecido uma pessoa que despertou novamente algo em mim. Senti-me muito bem, senti-me novamente com um objectivo a nível pessoal. Infelizmente a relação não resultou, em parte por culpa minha, e neste momento encontro-me novamente sozinho. Durante a fase em que estive com esta nova companhia senti-me uma pessoa nova e senti que conseguia ultrapassar os problemas que tive atá àquele momento. Porém, depois de ter acabado a relação, comecei novamente a ter pesadelos com o mesmo "tema", a estar num estado de ansiedade alterado, com insónias, etc. Sei que tenho de fazer algo a nível pessoal. Sempre me dediquei à pessoa que está comigo e dependo muito da dedicação a uma pessoa para me sentir bem comigo mesmo porque sinto que pertenço a algo e que alguém também depende de mim. Não sei se deva mudar esta forma de ser, nem sei como a devo mudar. Só queria usufruir de alguma paz de espírito e deixar de me sentir isolado.
J.

A generalidade das pessoas assume que a sua felicidade passa, em larga medida, pela satisfação conjugal. E, mesmo aquelas pessoas que vivem sozinhas sem que isso seja nenhum drama, consideram, quase sempre, que o amor promove o seu bem-estar. Ora, no amor não há, ou não deve haver, meio termo, o que quer dizer que quando amamos investimos tudo, damos o nosso melhor e, ao fim de alguns anos, a pessoa por quem nos apaixonámos passa a fazer parte da nossa identidade - todos os planos são efectuados considerando aquilo de que a outra pessoa gosta, as decisões deixam de ser tomadas individualmente e os sonhos são maioritariamente a dois. Infelizmente, nem todas as relações amorosas duram a vida toda, pelo que uma ruptura acaba por ser sempre dolorosa, independentemente dos motivos que conduzem ao afastamento. Esteve com a sua namorada durante 10 anos, pelo que é absolutamente natural que ainda se sinta triste com o fim desta relação. Claro que seria mais saudável se pudesse desvincular-se do passado e continuar a criar novas relações afectivas, mas é importante que não seja severo consigo mesmo. Cada pessoa tem o seu tempo, o seu ritmo, e de nada lhe valerá adoptar todas as culpas.

O facto de ter voltado a envolver-se romanticamente com outra pessoa é um passo positivo, mas este relacionamento pode ter surgido numa altura em que o seu luto ainda não estava feito. Não tente mudar a sua personalidade nem se penalize por ser como é. Se continuar a investir em si mesmo, saindo com as pessoas de quem gosta, aceitando solicitações que lhe permitam conhecer outras pessoas, será apenas uma questão de tempo até que volte a sentir-se capaz de confiar no amor.