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VIOLÊNCIA EMOCIONAL

A minha irmã mais nova tem um namorado que nunca a respeitou e que a faz profundamente infeliz. Ela acabou recentemente com ele e nesse período acabou por admitir tudo o que ele fez e como se sentia muito infeliz. Contudo, os meus piores receios concretizaram-se e ela acabou por ceder à conversa dele e retomaram o namoro. Não sei o que fazer. Sei que a vida é dela mas sofro imenso ao vê-la deixar-se levar por uma pessoa que a controla, que é extremamente possessivo, ciumento e que pratica violência psicológica sobre ela, dizendo-lhe que ela não vale nada e chamando-a de vários nomes pejorativos. Gostava de a poder ajudar a libertar-se desse relacionamento mas o pior é que não sei como o fazer. Espero que me consiga ajudar.
M.

Tenho de começar por louvar o seu discernimento e a sua preocupação em relação ao bem-estar da sua irmã. As situações de violência psicológica são, infelizmente, muito mascaráveis e, na maioria das vezes, os familiares e amigos só se apercebem da gravidade do problema aquando de uma ruptura. Presumo que se tenha sentido aflita com as humilhações a que a sua irmã foi submetida e com os estragos que estes episódios estarão a produzir na sua auto-estima. Ora, é precisamente por aí que deve começar a sua ajuda, isto é, pela manifestação clara da sua tristeza, da sua aflição. Apesar da nobreza das suas intenções, é relativamente fácil criar-se equívocos de comunicação em que a sua irmã pode sentir-se atacada e até olhar para as suas chamadas de atenção como desproporcionais e injustas. Não sendo fácil definir uma fronteira clara entre a crítica e a sincera preocupação, sugiro que mostre tão bem como puder os seus afectos e a sua tristeza, ao mesmo tempo que deixe claro o seu respeito pela sua irmã e a vontade de a ver feliz.

Estas situações resvalam com relativa facilidade para ciclos viciosos em que a vítima da violência emocional se sente infeliz e fragilizada mas ao mesmo tempo dependente em termos afectivos do agressor, pelo que é importante que ajude a sua irmã a fugir ao isolamento social. O convívio com outras pessoas e a realização de actividades que fomentem a sua auto-estima ajudá-la-ão a recuperar algum discernimento, que é essencial à tomada de decisões saudáveis.

Finalmente, importa que a sua irmã saiba que a leitora a ama e apoia incondicionalmente e que vai estar sempre lá para ela. Mostre-lhe, por exemplo, que enquanto irmã mais velha é uma fonte de afectos, mas também uma possível fonte de aconselhamento e de orientação. Mesmo que a sua irmã não esteja para já receptiva à sua ajuda, o facto de a leitora se mostrar disponível funcionará como um porto de abrigo fundamental.