PÁGINA INICIAL     |     AMOR     |     ANSIEDADE      |     CIÚME     |     DOENÇA E MORTE     |     FAMÍLIA     |     FOBIAS     |     INFIDELIDADE     
VIOLÊNCIA     |     DIVÓRCIO     |     EDUCAÇÃO DOS FILHOS     |     ÁLCOOL E DROGAS     |     COMPORTAMENTO ALIMENTAR     |     DEPRESSÃO

INTERNET E INFIDELIDADE (TESTEMUNHO)

Eu acabei uma relação recentemente, aliás esta segunda-feira ou ontem... Já não sei. O que é certo é que o meu companheiro sempre trouxe para dentro de casa e para o seio da nossa relação a Internet. Eu cheguei ao ponto, e após ver conversas por acaso ou elas surgirem no ecrã - msn, de ir ver o telemóvel dele e ler mesnagens de total dedicação e carinho e até mesmo de amor para outras mulheres. Eu nunca gostei muito de mim, do meu corpo e por isso nunca me dei por completo por simples complexo, mas nem sempre foi assim. Contudo, a Internet sempre esteve presente. Antes de engravidar eu sentia-me bem com a minha imagem e lutava pelo 'nós' e ele nunca, nunca me provou que queria estar comigo estivesse eu gorda ou não. Eu perdi-me, deixei de ser quem sou porque eu vivia amedrontada, sobre a nuvem da Net. E para mim é bem mais grave a dedicação e disponibilidade emocional que ele tinha na Net para outra mulheres do que uma traição física, que pode ser isso mesmo, fisica... Sinto-me injustiçada, revoltada, magoada, sinto-me mal como mulher e tenho pena que a minha filha de 3 anos não possa estar com o pai diariamente... Se pudesse dar um conselho às mulheres que passam por isto, digo apenas para pensarem em vocês, na mulher que podem ser e esqueçam os sentimentos dele porque ele nunca pensa nos vossos. Felicidades é o que lhe desejo e para mim paz de espírito e oportunidade de viver a minha vida em pleno.
V.


Antes de mais, louvo o seu testemunho. Quando escrevi sobre Internet e Infidelidade sabia bem que muitos casais se identificariam com o problema. Há, no entanto, um ponto em que não posso concordar consigo: não são só os homens que utilizam a Internet para conhecer outras pessoas. Há também muitas melhores que iniciam relações extraconjugais a partir daqui.

A sua separação é muito recente, pelo que é natural que se sinta muito magoada e até descrente em relação ao amor. O tempo e a oportunidade que este nos dá para pensarmos nos erros cometidos são grandes remédios para enfrentar a dor. Valerá a pena olhar para si, para os seus comportamentos, para as suas emoções e para as suas necessidades. Em nome do seu bem-estar e da estabilidade emocional da sua filha é fundamental que retire algumas aprendizagens deste processo todo.

A sua valorização pessoal pode até passar por melhorar a relação com o seu corpo, mas não deverá esgotar-se aí. Gostar de si, tal como é, parece-me a única forma de conseguir que alguém se interesse genuinamente por si.