PÁGINA INICIAL     |     AMOR     |     ANSIEDADE      |     CIÚME     |     DOENÇA E MORTE     |     FAMÍLIA     |     FOBIAS     |     INFIDELIDADE     
VIOLÊNCIA     |     DIVÓRCIO     |     EDUCAÇÃO DOS FILHOS     |     ÁLCOOL E DROGAS     |     COMPORTAMENTO ALIMENTAR     |     DEPRESSÃO

PADRASTO E AUTORIDADE

Estou no meu segundo casamento apenas há uns meses e tenho 1 filho do primeiro casamento - com 5 anos. Já estou separada do pai dele há 2 anos. O meu actual marido é uma excelente pessoa, dá tudo ao meu filho, desde coisas materiais a carinho também. O meu filho, por minha culpa (assumo!), é muito manhoso e tem passado por uma fase de muita teimosia. O meu marido chama muito a atenção dele devido a essa má educação. Por ser filho único, sempre tive medo de muitas coisas, protegi-o demais, e acabei por errar. Por ser chamado à atenção várias vezes, sinto uma grande tristeza no meu filho. Ele quase não fica na nossa companhia, prefere a da avó (a minha mãe). O que devo fazer? Fico muito triste quando outra pessoa chama a atenção dele, não tiro a autoridade de ninguém sobre ele, mas fico triste demais. Acho que ele já sofre com a distância do pai. E não gostaria que ele sofresse com outras coisas. O meu marido explica sempre o porquê quando ralha, mas mesmo assim... Não quero que o meu filho seja um adulto inseguro.
C.

As famílias reconstruídas enfrentam, logo de início, mais desafios do que as famílias "tradicionais". Grande parte desses desafios estão relacionados com o "novelo" de relações que compõem a nova família. Se já não é fácil para os adultos lidarem com as fragilidades de cada um, imagine-se para as crianças.

É natural que o seu filho, de cinco anos, sinta a falta do pai. E também é natural que rejeite, até certo ponto, a autoridade do padrasto. Contudo, é pouco saudável que, face a estas circunstâncias, a criança passe a maior parte do tempo com a avó. Na verdade, a autoridade (não confundir com autoritarismo) e a disciplina são tão importantes na educação de uma criança quanto as manifestações de carinho. Os limites definidos pelos adultos que a educam contribuem activamente para que a criança aprenda a respeitar os outros e interiorize regras.

A presença do padrasto não pode substituir o papel do pai. Contudo, quanto mais estável for o ambiente familiar em que o seu filho vive, maior a probabilidade de ele crescer de forma emocionalmente inteligente.

As crianças testam-nos a cada momento - isso faz parte do seu papel. Compete-nos a nós desempenharmos o nosso. Não se sinta culpada por exercer a autoridade perante o seu filho. Desculpá-lo aquando de cada traquinice usando como desculpa o divórcio dos pais só o prejudicará.

A verdade é que a passagem do tempo permite que as famílias coloquem em prática as suas competências.