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ALCOOLISMO

O meu marido tem 43 anos, é alcoólico, bebe uns 5 dias da semana, porém tem uma empresa, ganha bem e não deixa de trabalhar, pois começa a beber após o expediente. Então, acha que o vício é um problema só dele, não meu nem da minha filha de três anos, que tem muito amor por ele! É normal que o seu humor seja instável? Ele fica desagradável de um segundo para o outro, tem ataques ao acordar de ressaca, reclama, ofende, fica o dono da verdade, é rude com as pessoas e comigo! Depois fica manso, bebe, pede desculpas, diz que se vai tratar - isso faz parte do vício? Relações sexuais quase não temos, o alcoólico perde o desejo sexual? Ele é talassémico, isto agrava a tendência para doenças? Às vezes faz uso de cocaína, mas uma vez por mês! Tem alguns quistos na região das costas na altura do rim, isto pode representar algo?
D.

Embora curto, o seu testemunho resume bem uma parte das preocupações e angústias dos familiares de alcoólicos. Como se trata de uma substância legal e cujo consumo até está associado aos eventos sociais, nem sempre é fácil, para quem está de fora, perceber a existência da doença. Mas a verdade é que, independente de algumas pessoas conseguirem manter uma vida aparentemente normal - nomeadamente em termos profissionais, o alcoolismo é uma doença muito séria, com repercussões graves para o próprio e para os familiares.

Quanto às suas questões:

Oscilações de humor - elas são características dos pacientes alcoólicos. Ora estão calmos, aparentemente serenos, ora estão rabugentos e até violentos. Dos episódios de violência podem resultar agressões graves.

Desejo sexual - o alcoolismo está associado a diminuição do desejo sexual. Nos homens o consumo abusivo de álcool pode conduzir até à disfunção eréctil.

Talassemia - esta doença não é propriamente "compatível" com o consumo de álcool. Infelizmente os alcoólicos são muitas vezes negligentes em relação à sua saúde. O preço a pagar pode ser muito alto.

Consumo de cocaína - muitos alcoólicos iniciam, algures no seu percurso de dependentes, o consumo de outras substâncias, aumentando os riscos para a sua saúde.

Quistos - embora não estejam associados ao consumo de álcool, constituem outra alteração a que o seu marido deveria dar atenção, recorrendo à ajuda especializada.

Às vezes é preciso "bater no fundo" para encarar o problema, reconhecer a doença e procurar ajuda. Por isso, não sei se o seu marido será sensível às suas preocupações. De qualquer modo, é urgente que recorram à ajuda externa. O médico de família poderá encaminhá-lo para as diferentes especialidades.

A Terapia Familiar pode ser um passo significativo para o reconhecimento do problema. Esta ajuda poderá ser importante para todos os membros da família.