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O MEU MARIDO NÃO QUER IR À TERAPIA CONJUGAL

Namoro há 7 anos. A minha relaçao sempre foi muito atribulada, mas dantes conversávamos e sexualmente parecia satisfatório, pelo menos da minha parte. Nos últimos 2 anos a nossa relaçao tem tido muitas alterações que se têm vindo a agravar, tais como stress, desconfiança, falta de comunicação, conflitos constantes, agressões verbais e ultimamente sexuais. Já falei sobre o assunto mas dá sempre em discussão, porque ele acha que sao minhocas da minha cabeça, já falei em terapia conjugal, mas ele diz que sou maluca, devo ir tratar-me. As nossas discussões nunca dão em nada, eu refilo, choro, mas ele acha que faz tudo bem. Ele diz que é feliz com esta relação e que me ama muito, mas eu não sou, ele magoa-me muito e chega ao ponto de ir sair com os amigos (eu não conheço praticamente nenhuns) e manda-me ir para casa ou sair com os meus. Quando eu pergunto se posso ir, ele diz sempre que não, mas comigo os últimos passeios só incluem ir às compras ao supermecado. O que devo fazer para ele entender que eu estou mesmo a sofrer e que a nossa relação está muito mal? Gostaria de saber como fazer ver que a terapia é uma solução, e se vale a pena esta relação.
M.

Nem sempre é fácil reconhecer que se precisa de ajuda psicológica. De alguma forma, a generalidade das pessoas sente-se mais à vontade para propor o acompanhamento psicológico aos outros do que para assumir que precisa de ajuda. Mais: assumir que se precisa de ajuda para salvar a relação conjugal é ainda mais constrangedor. Afinal, se somos capazes de resolver tantos problemas profissionais, por exemplo, porque não seremos capazes de dar a volta às questões mais íntimas?

Costumo dizer que basta que haja problemas para um dos membros do casal para que possamos falar de problemas da relação conjugal, pelo que é fundamental que seja capaz de se expor numa perspectiva de partilha das suas emoções. Mesmo de modo involuntário, as suas queixas podem resvalar para as críticas, levando a que o seu companheiro se sinta atacado, colocado em causa. A reacção tenderá a ser a da fuga e não a da empatia. Assim, tente explicar-lhe a forma como se sente - por exemplo, começando as frases com "Eu sinto-me..." em vez de "Eu acho que tu...".
Explique-lhe que o recurso à terapia de casal deve servir para que, juntos, possam redefinir estratégias para enfrentar as dificuldades e, assim, readquirirem o bem-estar de outrora. Do mesmo modo que o seu companheiro não sente vergonha se tiver que recorrer a um médico, não deverá ter receios de consultar um psicólogo especilizado em terapia de casal. Assumir as fragilidades de um relacionamento não é um sinal de fraqueza, mas antes a manifestação de que se quer melhorar.