Estou casado há 5 anos. A minha mulher, farta de trabalhos de valor baixo, conseguiu uma promoção para chefe, mas em Coimbra. Tem alguns problemas com depressões. Decidiu ir morar para Coimbra com o nosso filho, querendo o divórcio. Acontece que ela me diz para arranjar outra mulher mas, para já, enquanto nenhum dos dois arranja outro parceiro, quer continuar a ter relações sexuais comigo. Diz que lhe faz falta. Isto é normal - uma mulher querer o divórcio mas continuar a ter relações, ainda que esporádicas, com o ex-marido? Como se explica?
V.
Como não conheço a sua mulher, não posso fazer considerações acerca dos motivos subjacentes a esta decisão. Quanto à questão da normalidade: esse é um conceito demasiado vasto. Na maioria dos casos, o divórcio acontece porque as pessoas já não acreditam na possibilidade de amarem a outra no sentido romântico e isso acarreta a ruptura total em relação às manifestações de amor romântico, onde se inclui a sexualidade. Mais: para muitos casais, a sexualidade funciona mesmo como uma espécie de barómetro da satisfação conjugal, pelo que, quando há problemas noutras áreas da conjugalidade, a sexualidade também fica comprometida.Mas isso não quer dizer que todas as pessoas respondam da mesma maneira a um processo de divórcio. É possível que para a sua mulher faça todo o sentido manter a intimidade sexual com alguém que já conhece, em vez de se manter sexualmente activa com parceiros fortuitos, pelo menos enquanto não reconstrói a sua vida amorosa.É importante que consigam ser tão honestos quanto possível para que daqui não resulte qualquer frustração.