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DOR DA SEPARAÇÃO

Não sei bem se estou a fazer a coisa certa, mas não falo disto com ninguém, o que me está prestes a levar à loucura: Saí de casa depois de achar que já não amava a minha esposa, com quem estava casado há 8 anos,casamento do qual tenho 1 filho que amo, idolatro e não sei viver sem ele. Tenho achado até que nem vale a pena viver, chego a ter medo de mim, não consigo viver com a ideia que fui eu a sair de casa deixando a pessoa que mais amei a sofrer e a pessoa que mais amo longe de mim. Depois de pensar várias vezes em suicídio até, acho que nunca posso vir a ser feliz, pois no dia em que o meu filho tiver de chamar pai a alguém, acho que não aguento; ele tem quase 4 ano, e quando estou com ele pergunta-me "porque não somos uma familia feliz pai?", pergunta à mãe se já não gosto dele... Preciso que me diga o que fazer, quem deverei consultar? Psiquiatra, psicólogo? Sinto que não aguento muito mais esta vida deprimente, já lá vão 6 meses e choro diariamente, a minha vida parou. Destino ou não, dei este passo num dia de manhã, sem sequer me lembrar que era Dia do Pai...

P.

Uma separação é quase sempre um processo angustiante para todas as partes envolvidas. Ao contrário do que se possa pensar, a dor é extensível ao membro do casal que tomou a decisão de acabar a relação ou de sair de casa, já que a par do reconhecimento de que "já não dá mais" ou de que "o amor acabou", é inevitável sentir-se dor. Mais: o sentimento de perda é tão avassalador que muitas pessoas hesitam em separar-se, apesar de saberem que já não amam o cônjuge. Quando há filhos a ambivalência pode ser ainda maior e as dificuldades arrastam-se por mais tempo. Em suma: a sua angústia é absolutamente natural. Claro que estas palavras não diminuem o seu desespero, mas espero que sirvam para que possa reconhecer uma luz ao fundo do túnel. Afinal, existem muitas pessoas que já passaram por aquilo que o leitor hoje enfrenta. O tempo é um excelente aliado, já que nos permite ganhar o discernimento necessário à tomada de decisões.

Não sei que sentimentos ainda o unem à sua mulher, nem posso fazer prognósticos acerca de qualquer reconciliação, mas sei que, mesmo que avancem para um divórcio, mais cedo ou mais tarde sentir-se-á novamente em harmonia. Acredito que não queira estar longe do seu filho e que a separação implique mudanças difíceis de gerir, mas a verdade é que há soluções que permitem que as crianças se sintam emocionalmente equilibradas. É importante que seja capaz de conversar abertamente com a sua mulher sobre as necessidades do seu filho e sobre aquilo que cada um pode fazer para minimizar os danos de uma separação. Com diálogo e disponibilidade tudo se ultrapassa. Se necessário, consulte um psicólogo com formação em Terapia Familiar.