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TRAUMA DEPOIS DE UM ACIDENTE DE CARRO

Gostaria de saber se realmente preciso de uma ajuda profissional. Sofri um acidente de carro há uma semana, em que eu estava a conduzir, e tinha mais três amigos comigo! Graças a Deus nada de mais grave aconteceu. Depois deste acidente a minha vida mudou, eu mudei a minha maneira de ser, agir, pensar... Tenho vontade de desaparecer, não consigo ouvir as pessoas falarem por muito tempo, pois isso irrita-me, choro a todo o momento, discuto com meus amigos à toa, sem motivo, não consigo ficar parada muito tempo, tenho vontade de ficar longe de tudo e todos, culpo-me pelo acidente, pois poderia ter acontecido algo pior, poderia ter morto alguem. Tentei marcar uma consulta com um psiquiatra pela minha seguradora mas só vou conseguir a consulta daqui um mês, tenho medo de não aguentar tanto tempo sem uma ajuda. Estou a sofrer demais com isto, nao tenho vontade de trabalhar. Porque é que tenho tanto medo? Tento controlar-me, porque tenho três filhos que dependem de mim para tudo, mas nem vontade de voltar para casa eu tenho. Depois do acidente comecei a beber demais, sei disso, mas não consigo controlar-me. Bebo todos os dias.

A.

Embora não conheça a situação em detalhe, nem tão-pouco o seu estado emocional antes do acidente, posso afirmar que a experiência por que passou é potencialmente traumática, podendo dar origem a sintomas ansiosos como aqueles que descreve. Estes sintomas são, aliás, comuns a outras pessoas vítimas de acidentes de viação. Apesar de não existirem vítimas mortais a lamentar, o choque que resultou do acidente é suficientemente intenso para despoletar uma reacção emocional. A boa notícia é que este transtorno é tratável. Um psicólogo / psiquiatra experiente ajudá-la-á a reestruturar as suas emoções, impedindo que se descontrole. Até lá, é importante que procure controlar o desespero e a ansiedade recorrendo às pessoas que estão à sua volta. Este é um momento de grande fragilidade, pelo que não deve sentir vergonha de recorrer aos seus familiares e amigos. Telefone-lhes, desabafe - esse apoio emocional pode ser muito tranquilizador. Por outro lado, e antes de ter acesso a uma consulta de especialidade, procure o seu médico de família, pois este poderá prescrever-lhe um ansiolítico leve para controlar a ansiedade.