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À BEIRA DO ABISMO

Embora ainda casada, o pai da minha filha desautoriza-me constantemente, inclusive proíbe-me de sair com ela ao fim-de-semana. Tenho medo de sair de casa definitivamente, odeio conflitos e não sei como agir perante uma pessoa com quem é impossivel dialogar. Sinto-me falhada a todos os níveis, principalmente como mãe, pois a minha pequena não me liga nem me obedece e por vezes é muito má comigo (tem 5 anos). Estou à beira do abismo, não aguento mais. O que fazer? 

M.

Ao longo de uma relação é normal que existam períodos de particular desgaste e tensão. Nessas alturas os membros do casal sentem-se magoados e incompreendidos. As emoções estão à flor da pele e o cérebro deixa de racionalizar eficazmente. Por isso, as crianças podem ser usadas como se se tratassem de joguetes. Claro que nenhum pai ou mãe usaria deliberadamente os seus filhos para manipular ou ferir o cônjuge, mas a intensidade da crise conjugal pode levar à adopção deste comportamento. Quando as coisas atingem este ponto, invariavelmente todos sofrem, mas as crianças são o elo mais fraco, já que não detêm qualquer poder sobre o rumo dos acontecimentos. E alguns destes episódios podem deixar marcas profundas na vida de alguém cuja personalidade ainda está em desenvolvimento.

Compreendo que possa sentir-se muito triste e cansada, sem vontade de lutar por nada, mas sugiro que converse com o seu marido sobre a forma como se sente e sobre o impacto que o actual ambiente familiar poderá trazer à filha que tanto amam. A ruptura não é inevitável, mas é preciso reconhecer que os actuais padrões de comunicação não estão a trazer bons resultados. Parem para pensar e conversem sem críticas ou ataques pessoais. Estabeleçam um plano, tentem fazer cedências e, se necessário, recorram à ajuda especializada. O importante é impedir que a sua família continue a sofrer.