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INFERTILIDADE E CRISE CONJUGAL

Estamos casados há 8 anos. Tivemos um início péssimo em que saí de casa e tudo, pronta a divorciar-me. Acabámos por tentar lutar pela relação, já que nos amávamos e os nossos problemas eram mesmo de feitio! Após uma estabilização, ou seja, um ano depois dessa crise, 2 anos de casados, começámos a tentar ter um filho. Viemos a descobrir infertilidade masculina grave com direito a tratamentos. 5 até agora. Nenhum positivo. Quem conhece o mundo da infertilidade sabe que há um desgaste muito grande na relação. Eu orgulhava-me de achar que nos tinha unido mais. Mas de há 1 ano para cá, aquando o 5.º, em que eu disse não querer fazer mais nenhum, as coisas mudaram. Já nos tínhamos inscrito para adopção, mas apercebi-me que isso tinha sido apenas para me fazer a vontade, pois a insistência em repetir tratamento e experimentar doação de óvulos ou gâmetas foi muito grande. Seja como for, eu nao me sinto feliz. Na nossa relação houve o disfarce da infertilidae, serviu para encobrir coisas que não gosto mesmo. Não gosto de ser segundo plano, não gosto que as preferências da irmã, ou pai, ou mãe se sobreponham às minhas, não gosto das piadas a criticar tudo em mim, do estou gorda e flácida e o raio, quando peso 53 Kg, visto o 36, e tenho 35 anos que ninguem mos dá. É o apontar a ruga, é tudo com defeito!! É eu não fazer as tarefas de casa, porque tenho mais que fazer do que ser criada de alguém. Estudei e estudo muito, trabalho, ele também trabalha , porque razão havia de chegar a casa e ser eu a fazer o jantar, lavar a roupa e passar a a ferro? Cada vez que faz uma coisa parece que tenho que agradecer o favor!!! Para além de que não consigo falar com ele, não há conversa possível. Cada vez que tento falar porque não me sinto feliz, ele acusa-me de ser picuinahs, e mesquinha, que só sei criar problemas. Isto porque eu tenho um temperamento qeu quando me irrito, berro! E ele, o santo marido que não levanta a voz, é que sofre, porque me atura!!! Detesto não ser ouvida, detesto o atacar-me em vez de me ouvir, o distorcer tudo quanto eu penso ou quero dizer, e principalmente ouvir dele a célebre frase que é: "Acabou a conversa! Não te quero ouvir mais!". E para ele assim se resolvem as coisas. Sim, porque a seguir ele age como se nada fosse!! E eu não consigo! Tenho pena e não queria acabar com o meu casamento, não depois de tudo quanto passámos os dois, mas não estou a ver o que possa acontecer para mudar, e assim não vou continuar a viver! 

S.

Quase todas as pessoas adultas já terão ouvido falar no drama da infidelidade e nas potenciais consequências para a relação conjugal. Mas ninguém é capaz de reconhecer a real dimensão do impacto emocional deste problema, a menos que o viva de perto. Às vezes até aos olhos de familiares e amigos próximos tudo parece "normal" e os membros do casal são vistos como pessoas fortes, lutadoras e, essencialmente, unidas na sua luta. Mas é muito difícil fazer com que um casamento sobreviva a sucessivas tentativas frustradas para engravidar. À medida que os eventos se sucedem, a tristeza e a frustração podem tomar a forma de irritabilidade e a comunicação começa a ficar condicionada. Depois, quanto mais os membros do casal se esforçam por resolver o problema, maior a probabilidade de descurarem pilares essenciais da própria relação. Por exemplo, não raras vezes um dos membros do casal evita partilhar as suas preocupações profissionais com o cônjuge porque não quer sobrecarregá-lo com mais problemas. Só que esta partilha - a partilha diária das vivências de cada um - é essencial á manutenção de um casamento saudável.

Além disso, como o grande projecto da vida do casal - leia-se, ter filhos - toma literalmente conta das suas energias, torna-se muito difícil investir na concretização de outros projectos. Parece que sonhar a dois deixa de fazer sentido até que chega um dia em que o vazio se instala. Nessa altura, surgem os padrões que se conhece - normalmente a mulher grita e o marido "foge". Sentem-se ambos desgastados e, ainda que se amem, o cansaço parece mais forte do que a vontade de reinvestir.

Mas há um dia em que o processo de decisão se torna inevitável - é preciso escolher entre o tal reinvestimento e a ruptura. A verdade é que ambos merecem voltar a ser felizes e isso pode ser conseguido a dois ou não. O recurso à terapia conjugal é uma alternativa.