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RELAÇÃO COM HOMEM CASADO

Sou recém divorciada, mas vivo ainda com o meu ex-marido, porque estou à espera que a casa para onde vou viver com a minha filha fique pronta! Passaram-se 10 meses nesta situação e entretanto conheci uma pessoa por quem me apaixonei. Não revelei a ninguém mas mantenho uma relação com ele, paralelamente a esta situação. Ele é casado, e apesar de dizer que o casamento dele já está desfeito há muito tempo, ainda não se separou da esposa. Os nossos conflitos têm girado à volta disso. Esta nova pessoa é muito sensível, pensa muito em tudo e às vezes fica demasiadamente preso a pormenores. É cheia de valores e princípios, teve uma educação muito rígida e por isso tem tanta dificuldade em libertar-se das teias da família, apesar de admitir que só cohabita com a esposa e só está em casa por causa dos filhos, tendo dito já isto à esposa, inclusivamente, e que é a mim que quer. No meio desta instablidade toda temos tido muitos avanços e recuos, alguns conflitos, e ele frequentemente oscila entre os 10 e os 100% em relação a vir a constituir uma vida comigo! Ultimamente tenho-me deparado com o seguinte problema, e é aqui que preciso de ajuda: No meio de uma conversa normalíssima, em vez de o tratar pelo nome dele, por vezes sai-me o diminutivo do nome do meu ex-marido em vez do nome dele! Claro que ele fica sempre muito inseguro cada vez que acontece, e já aconteceu 3 vezes, sem que eu consiga perceber o porquê e sem que eu arranje explicação para isso. Tenho 200% de certeza que é esta nova pessoa que quero, tenho 200% de certeza que não sinto mais nada pelo pai da minha filha, a não ser amizade, mas de vez em quando acontecem estas trocas imperdoáveis. A pessoa que amo fica triste e afasta-se e eu fico de rastos sem perceber porque acontece! Desde a primeira vez que isto aconteceu que eu tento ter cuidado para não mais acontecer... e parece que quanto mais cuidado tenho, mais lá caio! Não sei se terá a ver com o facto de eu ainda viver no mesmo ambiente do meu ex-marido... Mas a pessoa com quem estou também vive com a mulher e nunca trocou o meu nome pelo dela... É isso que ele me diz e me deixa de rastos, sem argumentação! Agradeço a ajuda que me puder dar!

A.

Começo por deixar uma nota em relação à história de amor que descreveu: apesar de existirem muitas relações que começam quando uma das pessoas ainda está casada ou, pelo menos, comprometida, esta não deixa de ser uma forma "coxa" de iniciar uma vida a dois. Como a infidelidade não é um comportamento que dignifique ninguém, arrastar a vida dupla acaba por trazer normalmente dissabores para todas as partes envolvidas. Acredito que a pessoa por quem se apaixonou se sinta relutante em avançar para uma ruptura definitiva, principalmente porque existem filhos. Mas como terapeuta familiar não posso deixar de referir que a harmonia entre os progenitores está longe de depender apenas da coabitação. A estabilidade dos filhos depende mais da inteligência emocional dos pais do que de qualquer outra coisa, pelo que o divórcio é preferível à "paz podre".

Como também tem uma filha é importante equacionar a hipótese de esta situação poder vir a trazer consequências para ela. Lutar pelos seus direitos e reivindicar reciprocidade na sua relação amorosa permitir-lhe-á educar a sua filha no sentido de jamais se sujeitar a comportamentos passivos no que diz respeito ao amor. É importante que seja assertiva e que assuma aquilo que quer e aquilo de que precisa nesta relação, sob pena de, a prazo, poder sentir-se frustrada.

Quanto ao acto falhado: a troca de nomes parece-me natural, já que o seu ex-marido continua a fazer parte do seu dia-a-dia. Bem sei que a troca de nomes é potencialmente geradora de embaraço, mas não creio que deva preocupar-se com isso.