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ELE PROMETEU QUE ESPERAVA POR MIM...

Tenho 20 anos, o meu namorado 21 e conhecemo-nos em 2007. Foi amor à primeira vista, como nos filmes, fiquei perdidamente apaixonada mal o vi, e foi recíproco. Ele é lindo e é tudo o que qualquer rapariga deseja. Apesar da distância que nos separava (mais de 300km) ele veio viver comigo por amor, porque eu gostava dele e ele de mim. Mergulhámos de cabeça nesta relaçao. Ele arranjou trabalho aqui na minha terra.. Durante este tempo de namoro, eu não tive nenhum contacto sexual, apesar de ele muitas vezes insistir, mostrar-se triste, desesperado, por eu nunca conseguir dar-lhe nada. Tinha medo de não o satisfazer, de não conseguir e sempre que tentávamos acabava por ser uma desilusão. Após mais de um ano da nossa relação descobri que ele me traiu com uma colega da trabalho. Eu andava desconfiada, mas ele negava sempre. A verdade é que eu desconfiava de todas as mulheres, menos daquela que foi para a cama com ele. A verdade estava mesmo à frente dos olhos mas eu não a via. Até de familiares meus eu desconfiava (irmãs, primas etc), com medo que ele me traísse. A verdade é que isso infelizmente aconteceu. Ele diz que o fez por estar desesperado e por a rapariga (com que me traiu) estar sempre a fazer-se a ele, a apalpá-lo e a provocá-lo. E ele próprio já tinha dito à rapariga que não queria mais nada com ela (segundo palavras dele). A verdade é que se eu já tinha baixa auto-estima, ele ainda me deixou pior, mas com uma vontade de vingança. Ele trocou de número de telefone, humilhou-a à minha frente, ligou-lhe a chamar-lhe os piores nomes e disse-lhe para nunca mais lhe voltar a ligar. Mas a verdade é que durante cerca de 5 meses eu fui uma palhaça que me deixei levar. Até os seus colegas de trabalho falaram com ele icentivando-o a falar comigo, pois a tal rapariga andava-se a fazer descaradamente a ele. Se eu descobrisse tudo por iniciativa própria era muito pior. Só que ele não contou nada, nem a mim nem aos colegas, que pensam que ele é um santo. À frente dos colegas ele fazia teatro e desprezava-a, mas mal saía do trabalho marcava encontros com ela. Ele também disse que se eu tivesse feito sexo com ele isto não tinha acontecido. E quando aconteceu ele não teve coragem para me contar pois já sabia como eu ia ragir. Ele prometeu-me que esperava por mim, mas não o fez... Agora estivemos uma semana separados, ele na terra dele, e eu na minha, pensámos muito, reflectimos, e ele diz-me que é comigo que quer ficar e que tudo o que ele fez foi um erro (ele próprio foi traído pelas 2 únicas namoradas que teve). Disse também que eu não merecia passar por isto, pediu desculpa, etc. Eu sei que tudo o que aconteceu serviu para acordar para a realidade da vida, se calhar por ser o meu primeiro namorado deixei as coisas andar, até arrefecerem completamente. Hoje ele voltou para a minha terra, para trabalhar, e está a dormir ao lado da minha cama, no chão, num colchão. Ainda não voltámos, isso só o tempo dirá se vale a pena. Impus-lhe regras e limites do que pretendia caso voltássemos. Mas acho que não tenho coragem para arriscar de novo e cair no mesmo erro. É muito complicado saber que houve uma terceira pessoa nisto tudo. Eu sei que nunca o vou perdoar, tenho é de tentar aprender com isto tudo. Ele diz que foi burro, mas eu é que me sinto uma inútil, por ter deixado isto chegar onde chegou. Ele é novo e eu inexperiente e pode querer procurar novas aventuras, adrenalina, experiências. Não sei. Isto é tudo muito confuso. Tenho medo, pois o que custa é a primeira vez (lol), e se ele foi capaz de fazer uma vez pode muito bem fazer uma segunda. Eu ja marquei consulta com o psicólogo, pois sei que comigo há também alguma coisa que não está bem.
J.

Numa relação amorosa jovem é usual existirem algumas discrepâncias no ritmo dos membros do casal, tendo em conta a maturidade e experiência de cada um, mas também o envolvimento emocional. O facto de terem ambos "mergulhado de cabeça" nesta relação poderá estar relacionado com a paixão que os uniu, mas a intimidade emocional requer tempo, investimento e partilha. Acredito que para si essa intimidade ainda não tenha atingido o nível necessário para que se sentisse segura e pronta para a intimidade sexual. Do mesmo modo, é provável que a ausência de intimidade sexual tenha criado algumas lacunas, permitindo a entrada de uma terceira pessoa. O seu namorado fez uma escolha e deve responsabilizar-se por isso, assumindo o erro, mas isso não significa que a traição seja imperdoável nem tão-pouco que "quem faz uma vez, faz duas ou três".

Sugiro que olhe para este episódio como uma chamada de atenção e como uma oportunidade para olhar para o seu namoro com a profundidade necessária. Identifique aquilo que sente pelo seu namorado e avalie até onde está disposta a ir para reconstruir a relação. Castigá-lo, obrigando-o a lutar por si, não é uma estratégia eficaz. Se escolherem continuar juntos, ambos terão que fazer cedências, identificar erros e implementar mudanças.

Fez bem em ter pedido ajuda profissional. Espero que tenha oportunidade de explorar as suas dúvidas em sede de terapia.