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CRIANÇA COM DIFICULDADES EM ADORMECER

Sou pai de duas meninas, uma de 4 e outra de 9 anos. A menina de 9 anos, sem que nada o justifique (não aconteceu nada de diferente na nossa vida familiar, nenhum tumulto, divergência, discussão, nem nada de diferente aconteceu na escola - já falei com a professora) começou a ter dificuldades em adormecer. Esta dificuldade aconteceu há cerca de 1 mês e tem-se mantido. Nunca foi criança com perturbações no sono, inclusive passou várias vezes férias com os avós, portanto já tem dormido fora de casa. Consigo colmatar esta dificuldade deitando-me ao lado dela e afagando-lhe o cabelo até adormecer. A questão que coloco tem a ver com esta mudança de comportamento apenas nesta altura do dia. Quando a questiono acerca do motivo que a leva a agir assim agora, responde que não sabe porquê, mas que não consegue adormecer e fica ansiosa com isso. Tento não dar muita importância, mas começo a ficar preocupado com a continuidade deste comportamento. O que posso fazer mais? Acha que é de consultar um médico?

V.

De um modo geral, as alterações de comportamento das crianças não surgem "do nada", ainda que aos olhos dos adultos que as rodeiam assim possa parecer. A sua filha é, antes de mais, uma privilegiada por ter um pai atento, preocupado e proactivo. O facto de ser capaz de educar "de olhos abertos" é o primeiro passo para que possa dar resposta a eventuais dificuldades por que as suas filhas possam passar.

Ainda que não existam alterações "visíveis" no contexto escolar ou no contexto familiar, é importante criar um ambiente favorável à exposição de eventuais dificuldades emocionais que não sejam tão óbvias. Por exemplo, um debate mais aceso entre os progenitores pode não ser exactamente uma discussão conjugal aos olhos de um adulto. Mas do ponto de vista de uma criança de 9 anos que, por exemplo, tenha ouvido falar do divórcio de um colega de escola, esse episódio pode ser o rastilho para uma espiral de ansiedade.

Como as crianças nem sempre são capazes de exteriorizar as suas angústias e preocupações de forma clara e aberta, a manutenção ou agudização do sintoma podem merecer uma avaliação psicológica. Um psicólogo treinado aplicará algumas provas projectivas que favorecem o acesso às emoções da criança.