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STRESS PÓS-TRAUMÁTICO DE GUERRA

Sou DFA (Deficiente das Forças Armadas), em virtude de ter sido gravemente ferido em combate na guerra colonial. Sofro do chamado stress pós-traumático de guerra e, apesar de ser acompanhado num Hospital, verifico que esse acompanhamento não tem resultado nos dois últimos anos. Consequências: maior irritabilidade, uma tremenda dificuldade em adormecer, pesadelos terríveis durante o sono e alguma, ainda que pouco notada pelos outros, menor dose de paciência, tanto para os meus alunos mestrandos como até em casa, com a minha mulher, por exemplo. Evito os antidepressivos, não sou alcoólico, mas porventura a ausência desses "ingredientes", necessariamente paliativos, pode ser a causa desta minha alteração comportamental. Porque não quero que ela se acentue e visto que verifiquei no seu blogue que também se ocupa do stress pós-traumático, resolvi escrever-lhe para lhe pedir uma sugestão, uma pista, uma dica. A minha irmã, cunhado e sobrinho são médicos, mas de uma área que nada entende desta doença e, porque não dizê-lo, deste princípio de drama. 

G.

Imagino que, a par da melhor ou pior gestão dos sintomas a que se refere, também se ocupe com leituras e pesquisas acerca do tema em questão. Nessas pesquisas ter-se-á certamente apercebido que não existem fórmulas universais para tratar a perturbação pós stress traumático. Aquilo que é eficaz para uma pessoa pode não o ser para outra, mas isso não quer dizer que deva sofrer em silêncio.

Na generalidade dos casos, a combinação da Psicoterapia com a prescrição de medicação antidepressiva e ansiolítica é a solução mais ajustada. Mas essa resposta depende de uma avaliação cuidada do caso e, mesmo aí, pode haver necessidade de se fazer alterações ao plano terapêutico ao longo do próprio processo.

Nos últimos anos algumas pessoas têm beneficiado de uma técnica inovadora, Dessensibilização e Reprocessamento através de Movimentos Oculares (comummente conhecida como EMDR). Trata-se de um método de dessensibilização e reprocessamento de experiências emocionalmente traumáticas por meio de estimulação bilateral do cérebro, que promove a comunicação entre os dois hemisférios cerebrais.

Não creio que haja motivos para desistir de obter uma resposta eficaz às dificuldades por que tem passado. Da sua vontade para ultrapassar estes obstáculos depende a reaquisição do seu bem-estar emocional, profissional e relacional.