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O NAMORO ACABOU

Ontem vi o meu namoro de quase oito anos chegar ao fim... Era um fim já há muito esperado e por muitas vezes quase experimentado... Não que o namoro não funcionasse... Ou talvez exactamente por não funcionar! Já nem sei! Acho que sempre tivemos uma relação instável: ora muito ternurenta, ora conflituosa. Mas amámo-nos muito... Eu continuo a amá-lo apaixonadamente... Sei que ele também... Apenas acordou para a realidade e não viu futuro em nós. Não quis continuar mais a lutar mais desistiu! É uma pessoa carente e muito ternurenta, mas quando se decide é muito forte e determinado. Agora não sei o que fazer! Foi uma vida em conjunto! Foram mil e um projectos a dois! Só sei arrastar-me pelos cantos e chorar... E rezar... E fazer promessas a todos os santos... Mas parece que ninguém me ouve... Preciso de conselhos revigorantes! Algo que me faça acordar para a realidade! Mas tudo o que ouço soa-me a nada! Dou comigo a inventar formas de o reconquistar! A minha razão sabe que isso não é possível! Aos três anos de namoro passámos pelo mesmo. Estivemos meio ano separados. Agora mais quase cinco anos... e vejo-me a passar pelo mesmo e, pior, a agir da mesma forma: a afogar-me em lágrimas, a não dormir de noite, a não conseguir comer... e a querê-lo de volta!

C.

No meio do turbilhão de emoções por que estará a passar, o seu e-mail acaba por traduzir alguma capacidade para racionalizar os problemas da sua relação. Claro que ainda estará demasiado próxima dos acontecimentos para que o discernimento seja total, mas acredito que mais cedo ou mais tarde recuperará o seu optimismo.

Nos primeiros tempos após uma ruptura conjugal a ansiedade e a tristeza podem tomar conta dos membros do casal. Em muitos casos, essas emoções dão lugar a alterações no comportamento alimentar e a perturbações do sono. Os pensamentos giram à volta do que aconteceu e do que poderia ter acontecido e o futuro sem aquela pessoa pode parecer insuportável.

A passagem do tempo permitir-lhe-á olhar para esta história de amor como um período da sua vida que lhe terá permitido amadurecer, reconhecendo as limitações da própria relação. Independentemente do amor que os uniu, e do facto louvável de terem lutado pela sobrevivência da relação, importa reconhecer que uma história de amor não pode ser sistematicamente caracterizada por lutas e sacrifícios. É certo que existem períodos de maior bem-estar e proximidade e períodos de maior tensão e afastamento entre os membros do casal, mas nenhuma relação resiste a longas batalhas - mesmo que estas tenham como objectivo salvar a relação. É possível que a instabilidade a que se refere tenha sido o sinal de que a relação não estaria a funcionar. Agora é tempo de voltar a olhar para os outros "capítulos" da sua vida. Reinvestir em si, nas suas relações familiares e sociais, bem como nas actividades que lhe dão prazer é o caminho a seguir. Se for capaz de resgatar a sua auto-estima e a sua estabilidade emocional, sentir-se-á, mais tarde ou mais cedo, pronta para voltar a amar.