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DEPRESSÃO E ANTIDEPRESSIVOS

Tenho 37 anos e em 2001, ano em que comecei a ter sintomas estranhos no corpo (mal-estar,dor no peito, cansaço, choros repentinos, medo de morrer), fui à minha médica de família e esta diagnosticou-me uma depressão. Medicou-me com antidepressivos e calmantes, naquela altura até deixei de trabalhar porque não conseguia fazer nada, tinha medo de ficar sozinho e de não conseguir dormir. 5 a 6 semanas depois eu já era outra vez a mesma pessoa de sempre. Fiz o desmame dos comprimidos 8 meses depois, nunca mais senti nada relacionado com uma depressão. Era pai há dois anos e descobri que um parente muito chegado tinha uma doença terminal. Daí para a frente só tomava calmantes em SOS receitados pela minha médica, mas no último ano comecei a ter ataques de pânico com dores nos braços, pernas e costas. Fazia muitas horas extra e quando estava mais exausto era quando me sentia pior. No final do ano passado fui ao médico do trabalho, falei com ele sobre os meus sintomas, ele receitou-me Xanax e Sertralina e uma semana depois estava pior do que antes, com sintomas estranhos que nunca sentira. Já fiz todos os exames que possa haver ou quase todos e está tudo bem. Agora só tomo Xanax, mas há dias em que me sinto muito mal. Tenho medo de fazer viagens, fui pai pela 2.ª vez há dois anos, apesar da crise tenho uma vida boa, uma família melhor, tenho trabalho estável... Só não tenho explicação para isto que sinto. Tenho medo de ter alguma crise e morrer. Fico chocado com notícias de pessoas que morrem por negligência médica e outras histórias que se passaram com outras pessoas. Acha que devo voltar a tomar comprimidos para resolver o meu problema ou devo fazer outra terapia? A minha médica diz que tenho de voltar ao princípio porque dei-me bastate bem com os fármacos que me prescreveu.

G.


Os transtornos depressivos e ansiosos são relativamente fáceis de diagnosticar por médicos experientes. Felizmente, teve o privilégio de ser acompanhado por uma boa médica de família. Mas o primeiro passo foi dado por si - o simples facto de reconhecer que precisa de ajuda é meio caminho andado para a recuperação.

A medicação ansiolítica e antidepressiva pode gerar respostas diferentes de pessoa para pessoa e nalguns casos pode haver necessidade de implemantar alterações. Daí que o acompanhamento médico seja imprescindível. O facto de uma pessoa não reagir bem a uma determinado medicamento deve ser alvo da atenção do médico que o prescreveu ou de outro clínico em quem confie. Parece-me, por isso, ajustado que volte à sua médica de família e que, juntos, possam analisar as hipóteses de acompanhamento. A sua médica poderá encaminhá-lo para uma consulta de Psicologia para que a medicação possa ser complementada com um processo psicoterapêutico. Esta ajuda permitir-lhe-á identificar a origem da sua instabilidade e dotá-lo de competências que lhe permitam gerir a sua vida de forma segura.