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AMIGO DEPRIMIDO

Tenho um amigo que costuma cortar os pulsos, resultado de uma depressão! Das poucas vezes que desebafa comigo, (não porque não confie, mas simplesmente porque acha que me chateia e que os problemas são dele e que ninguém tem nada a ver com isso!) apercebi-me de que a sua depressão deriva dos problemas familiares que tem em casa. A relação entre os seus pais perturba-o e muito! Mas confia plenamente no irmão, que não sei se já se apercebeu do problema. Já há muito que o tento ajudar, tento ter o máximo de paciência possível com ele, falando, convidando-o para sair e fazer coisas que sei que gosta de fazer. Mas é rara a vez que aceita, parece que me afasta e quando fala comigo, arrepende-se logo de o ter feito, mesmo antes de eu lhe responder! Eu mostro que pode contar comigo! Somos os melhores amigos e gostava de fazer alguma coisa por ele... Mas já não sei o quê! Eu pensei em falar com o irmão dele para o levar a um médico, mas ele iria odiar-me para o resto da vida!
A.

Acompanhar o sofrimento de um amigo pode ser devastador. Acredito, por isso, que também esteja a sofrer com a impotência a que se vê sujeita. Mas a verdade é que o seu apoio é fundamental. O simples facto de o seu amigo reconhecer em si um ombro a que pode recorrer para partilhar as suas preocupações, as suas dores, é muito importante. Bem sei que dessa partilha pode resultar algum sentimento de culpa, que agravará o problema da auto-mutilação, pelo que é fundamental que a leitora possa tentar ser imparcial, evitando emitir juízos de valor em relação aos restantes membros da família. Mais do que emitir uma opinião, importa que seja capaz de o ouvir e de lhe dar esperança num futuro melhor. Quanto mais o seu amigo reconhecer que não tem de lutar sozinho contra estes fantasmas, maior será a probabilidade de se ver livre deste padrão comportamental.

Ainda assim, parece-me importante que fale com ele no sentido de o incentivar a partilhar estas emoções com alguém especializado, nomeadamente o médico de família. Por mais constrangedor que possa parecer, esta é uma excelente via para o acompanhamento que a situação exige. Em alternativa, poderá falar com o irmão do seu amigo, ainda que isso abale a relação de confiança criada. A saúde do seu amigo deve vir em primeiro lugar e a sua ajuda, ainda que importante, não será suficiente para ultrapassar o problema.