PÁGINA INICIAL     |     AMOR     |     ANSIEDADE      |     CIÚME     |     DOENÇA E MORTE     |     FAMÍLIA     |     FOBIAS     |     INFIDELIDADE     
VIOLÊNCIA     |     DIVÓRCIO     |     EDUCAÇÃO DOS FILHOS     |     ÁLCOOL E DROGAS     |     COMPORTAMENTO ALIMENTAR     |     DEPRESSÃO

CIÚMES DA EX

Tenho 28 anos e vivo junta há um ano com o meu namorado de 33 anos. Ele é um homem maravilhoso em todos os aspectos. Ambos temos filhos de relacionamentos anteriores, eu uma filha de 7 e ele um filho de 4. Os filhos não vivem conosco, apesar do filho dele passar muito tempo connosco. Somos nós que o vamos buscar à escola, damos jantar e aos fins-de-semana está praticamente sempre na nossa casa. A minha filha vive com o pai e avós, e passa os fins-de-semana connosco. Estamos no primeiro ano de relacionamento e confesso que foi um pouco complicado da minha parte lidar com a mãe do filho dele. É uma pessoa presente, claro, temos uma relação de cordialidade e respeito. Mas por vezes tinha ciúmes dela, por ter sido a mãe do primeiro filho dele, por terem tido um relacionamento em comum... Enfim, os ciúmes acabaram, ultrapassei após várias conversas com ele. Creio que tive algumas dificuldades de auto-estima e confiança, até porque as minhas anteriores relações não duraram mais de um ano (relações posteriores à do pai da minha filha, separámo-nos quando ela tinha 1 ano e meio). Desde o início que eu e o meu companheiro temos os mesmos objectivos e sonhos... O que é fantástico! Sou uma sortuda por ter encontrado alguém com quem de facto posso partilhar não só interesses, mas também objectivos de vida. Ambos queremos ser pais novamente. Conversamos muito, temos um bom diálogo. Tivemos duas discussões mais acesas, mas nada que não tenha sido resolvido. Acho que temos boas bases,amizade, carinho, companheirismo, apoio, e a nossa vida sexual é fantástica. Isto é excelente. Só há algo que me preocupa, que é o meu feitio. Tenho tendência a fazer comparações com a ex em quase tudo, o que me irrita profundamente, e a ele também, porque naturalemtne acabamos por abordar o assunto. Eu e ela somos dieferentes, é um facto. Sei que é diferente. Ele diz que sou a mulher da vida dele. E ele com certeza é o meu. Quero que a nossa relação seja feliz e saudável. Gostava que durássemos até "que a morte nos separe". Ele diz que quer ficar comigo e construir a sua vida comigo. Nunca tive ninguém assim. É tão bom e tão assustador. Arrependo-me sempre que discuto com ele sobre a ex, peço desculpas , reconheço o meu erro. Mas o que eu quero mesmo é parar com as comparações, e não me sentir irritada com o que eles tiveram. Não quero estar constantemente a pensar no que eles fizeram, ou deixaram de fazer, como foi. Também tenho este medo irracional de o perder, ou de achar que após cada discussão que temos ele pense em acabar comigo. Às vezes penso que vou dar em doida. Por um lado, sinto que temos tudo para dar certo, pois estamos a construir boas bases e amamo-nos muito. Por outro lado, não quero que acabe e não quero que as nossas discussões girem sempre em volta do mesmo assunto.
S.

Os ciúmes são, de um modo geral, saudáveis e inócuos. Claro que existe um limite a partir do qual a insegurança de um dos membros do casal pode comprometer a satisfação de ambos. Neste caso, os medos que tão bem classifica como irracionais são com certeza uma enorme fonte de angústia para si e motivo de tensão e aborrecimento para o seu companheiro. Travar as suas ruminações pode não ser um processo fácil, mas é possível. Importa que seja capaz de reconhecer os sinais que o seu corpo lhe emite: sempre que se sentir enervada, com o coração acelerado, a enfurecer com pensamentos derrotistas e comparações inúteis, "saia de cena". Reconhecer que está a entrar num ciclo de irracionalidade é o primeiro passo para impedir que profira comentários que possam minar a sua relação. É preferível retirar-se e tentar acalmar-se sozinha. Em alternativa, quando se sentir mais angustiada por estas crenças irracionais, telefone a alguém da sua confiança para desabafar, permitindo que um(a) amigo(a) chame a sua atenção. Paralelamente, procure identificar aquilo que a fragiliza. Deixe de fazer quaisquer comparações e centre-se naquilo de que gosta e naquilo de que não gosta em si. Se for capaz de identificar as suas próprias vulnerabilidades, ser-lhe-á mais fácil geri-las. Continue a investir na sua relação e procure viver intensamente cada dia deste projecto que a faz tão feliz.