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DILEMA AMOROSO

Ando num dilema desde há uns meses a esta parte. Há cerca de um ano houve o rompimento de uma relação de 2 anos, na qual apostava tudo como sendo a relação da minha vida. Um amor inexplicável em que tudo era perfeito até ao dia em que me contou da traição que cometeu. Tentei ultrapassar essa questão e voltar a apostar que iria dar certo, mas não! Eu não confiava e, por mais que tentasse, havia sempre o medo de que voltasse a acontecer. Acabámos em Fevereiro de 2008 e estive até Janeiro deste ano sem conseguir deixar outro alguém entrar na minha vida. Aliás, a minha vida passou a ser apenas trabalho. Em Janeiro conheci alguém que me dá toda a estabilidade, calma, segurança, carinho e atenção que se pode querer, mas... Apesar de ter "aquela relação que todos ambicionam", continuo a pensar na outra pessoa e chego mesmo a sentir saudades do que vivi. Apesar de termos estado meses sem nada sabermos um do outro, o destino voltou a fazer com que os nossos caminhos se cruzassem e desde então passou a ligar-me de madrugada e passa o dia a enviar-me mensagens. Sei que é ridiculo pensar em trocar o certo pelo incerto, mas assim também não me sinto completa nesta relação... Há algo que falta. Gosto da pessoa com quem estou, gosto do tipo de relação que temos e gosto muito da pessoa, mas falta aquela intensidade que só o amor nos transmite. Tenho 26 anos, será que vale a pena correr atrás desse amor ou é melhor manter-me na estabilidade e no aconchego em que estou?
V.

Se olhar com atenção para as palavras que partilhou comigo, reparará provavelmente que foi muito clara em relação àquilo que a angustia. Em primeiro lugar, não se refere ao facto de sentir saudades do seu ex-namorado, mas sim saudades do que viveu com ele, o que me parece bastante natural. Ainda que tenham estado quase um ano separados, deu o seu melhor nesse namoro e amou muito esta pessoa. Apesar de ter tentado dar uma nova oportunidade a esta relação, percebeu que, pelo menos naquela altura, não estaria preparada para superar a traição.

Quanto à relação que agora vive, refere-se a esta pessoa como alguém de quem gosta e que lhe transmite segurança, mas não é clara em relação ao amor. Presumo, por isso, que apesar de admirar a pessoa que agora tem a seu lado, não se sinta ainda segura dos seus sentimentos. Ora, talvez seja precisammente o facto de estar a tentar fazer vingar uma relação, apesar de não se sentir apaixonada, que a leva a estabelecer comparações com aquilo que viveu no passado.

Mais do que substituir uma pessoa que já foi muito importante na sua vida, é importante que se liberte de todos os constrangimentos e que se entregue a uma relação quando voltar a sentir-se verdadeiramente apaixonada. Não adiantará andar à procura de segurança se não se sentir romanticamente envolvida pela pessoa que escolher. O preço pode ser viver com o fantasma do passado.