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O MEU FILHO NÃO DORME SOZINHO

Tenho um filho com 11 anos. Ele sempre teve dificuldade em adormecer sozinho e por isso eu tenho de ficar no quarto com ele até que ele adormeça e tem que ser sempre com uma luz de presença acesa. De há cerca de 3 anos para cá ele não dorme uma noite completa, deixa-se dormir mas acorda a meio da noite e já não dorme mais. Faz de tudo para não dormir - lê, fica sentado na cama, diz que não consegue dormir quando eu vejo que ele está a cair de sono... Se trocar de cama com ele para que durma o resto da noite com o pai ou for eu dormir com ele adormece no mesmo instante. Já falei com ele para saber o que se passa mas não me sabe explicar. Já pensei levá-lo a um psicólogo, as pessoas dizem que isso é mania dele, mas acho que não deve ser porque já exprimentei deixá-lo algumas vezes no quarto dele e ele passa a noite inteira acordado. Dorme com a irmã de 5 anos porque não consegue dormir no quarto dele sozinho. Se puder ajudar-me ou aconselhar-me de alguma forma agradeço desde já.
F.

Não posso concordar com a ideia de que as dificuldades que descreve possam ser rotuladas de "mania". Nenhuma criança quererá sujeitar-se ao sofrimento inerente à privação do sono e eu estou certa de que esta é uma situação muito difícil para o seu filho. Isso não quer dizer que tenha de ir a correr para um consultório de Psicologia, mas há que tentar ouvir a criança e perceber a origem do medo.

Por mais próxima que seja a relação emocional entre pais e filhos, há medos que podem não ser exteriorizados com a facilidade esperada. Por exemplo, uma criança com esta idade pode começar a ter medo da morte, medo de morrer enquanto dorme, mas a verbalização de um medo como este pode ser desvalorizada pelos adultos. Ou a própria criança pode temer a tal desvalorização e, em função disso, não diz nada. É por isso que considero crucial que sejam criadas as condições para que o seu filho se sinta tão confortável quanto possível para exteriorizar aquilo que sente, aquilo que o angustia, o que o preocupa. Como? dizendo-lhe claramente que pode falar sobre o que quiser e que ninguém fará críticas ou juízos de valor. Pode levar o seu tempo, mas é a via mais ajustada para aceder ao mundo da criança.

Caso o problema se estenda no tempo e/ou se agudize, considere a hipótese de recorrer à ajuda especializada.