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SÍNDROME DO NINHO VAZIO

Sou uma jovem de 25 anos que há cerca de um ano está fora de casa em trabalho durante a maioria da semana. Esta oportunidade veio dar mais vontade para a saída de casa definitiva quando encontrar trabalho na minha área de residência. Só que esta saída tem outras complicações, pois embora muito afectuosos, tenho uns pais, especialmente a mãe, super-protectores e que creio que venham a sofrer com a síndrome de ninho vazio. Lendo a sua explicação, contrariamente ao que refere, os meus pais são pessoas que mantêm os afectos e as conversas entre eles... Embora não façam programas a dois. Quanto mais passam os anos, mais a minha mãe depende das filhas (tenho uma irmã de 16 anos) e nos protege mais. Será que me poderia ajudar para que esta futura saída seja o mais pacífica possível? É que também não quero magoar ninguém com o que possa parecer um acto de egoísmo da minha parte. Há algum livro que me possa recomendar sobre síndrome de ninho vazio?
C.

A saída de casa dos filhos é um desafio para qualquer casal, mesmo para aqueles que sempre se esforçaram por continuar a alimentar o seu papel conjugal. É certo que existem casais que sofrem mais do que outros, mas a verdade é que só uma pequena parte precisa de acompanhamento especializado aquando desta mudança. Compreendo os seus receios que, em função da super-protecção da sua mãe, fazem todo o sentido, mas devo sobretudo tranquilizá-la em relação aos riscos desta mudança. Não há por que olhar para a sua saída como um acto de egoísmo, mas sim como um processo natural. Mais do que reforçar a sua posição através da literatura da especialidade, é importante que se sinta capaz de exteriorizar clara e honestamente as suas emoções junto dos seus pais. Aceite os sentimentos deles, a sua dor, mas mantenha-se optimista. Mesmo que, no imediato, aquilo que sobressaia seja a dor e até uma espécie de "luto", é muito provável que o tempo os ajude a adaptar-se às novas circunstâncias. Os seus pais quererão, sobretudo, o que for melhor para si e serão com certeza capazes de continuar a ampará-la e a fazer com que se sinta segura. Mas é importante que lhes explique exactamente aquilo que quer, aquilo de que precisa. E, claro, que continue a manifestar os seus afectos. A psicologização das coisas não faz, do meu ponto de vista, muito sentido - é importante que concedamos àqueles que nos rodeiam a oportunidade de crescer, de amadurecer, sem sofrermos por antecipação. Se alguma coisa não correr bem, então sim, valerá a pena pensar nalgum tipo de aconselhamento.