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VÍTIMA DE BULLYING DEVIDO A UMA DEFICIÊNCIA

Desde criança que sofri aquilo que se poderá chamar bullying na escola. Tendo em conta que era devido a uma deficiência (aparentemente oculta), a minha vida não foi muito mais do que escola-casa, devido a certas limitações físicas. No sítio onde passava a maior parte do tempo fui sujeito a agressões: às vezes fisicas, mas mais frequentemente de forma indirecta (falar nas costas, levar os outros a afastarem-se de mim...). O certo é que, sendo adulto, há uns dois anos sinto que realmente não valeu a pena esperar que o tempo resolvesse o assunto. Encontro-me num estado em que, tendo sido sujeito a um isolamento no passado, não posso dizer que tenho amigos, saio pouco de casa, e não sei nem nunca soube lidar com a minha diferença (deficiência crónica), muito menos com estas atitudes dos outros. Queria saber de um site português onde possa falar sobre isto, ou talvez possa ajudar-me porque a vida que eu levo chegou ao limite. Já tive sessões de Psicologia mas, segundo ela, recuperar o tempo perdido só depende de mim (isto é muito vago porque eu não sei como fazer concretamente).
M.

Cada pessoa carrega consigo um conjunto de vulnerabilidades. Até as pessoas que nos habituamos a admirar e a quem não somos capazes de reconhecer grandes defeitos têm fragilidades emocionais. Como cada pessoa é única, a forma como essas vulnerabilidades são sentidas, geridas e manifestadas é muito variável. Nalguns casos, a passagem do tempo e as experiências que a vida vai proporcionando são suficientes para que algumas competências sociais se desenvolvam. Para outras pessoas, essas competências requerem esforço e, muitas vezes, a intervenção especializada. O importante é não desistir, não baixar os braços.

Fico feliz por perceber que foi capaz de reconhecer que não estaria a ser capaz de, sozinho, dar resposta às suas dificuldades e por isso pediu ajuda psicológica. Não sei exactamente o que é que não correu bem, mas acredito que possa ser mais persistente. Se a psicóloga que o estaria a acompanhar não foi clara em relação às ferramentas que pode usar, não tenha medo de esclarecer as suas dúvidas. E se não se sentir ajudado, procure outro técnico.

Ninguém merece viver a vida pela metade, mas o bem-estar de cada pessoa depende, de facto, dos esforços que estiver disponível para fazer na busca dessa felicidade. Por exemplo, muitas vezes é a própria pessoa com deficiência que alimenta os mitos e os preconceitos em relação à diferença. Comece por aceitar-se como é - escreva a si mesmo uma carta de auto-estima, identifique as suas qualidades e centre-se nelas. Reconheça as suas limitações e esforce-se por brincar com elas. O humor confere-nos poder e eleva a auto-estima. Se for capaz de brincar com a sua deficiência, ser-lhe-á mais fácil enfrentar as barreiras dos relacionamentos sociais.
Existem diversos fóruns espalhados pela Internet em que pessoas com fragilidades diferentes procuram apoiar-se entre si. Esse pode ser um primeiro passo. Mas depois é preciso sair de casa, sair da sua concha e enfrentar os seus medos.