PÁGINA INICIAL     |     AMOR     |     ANSIEDADE      |     CIÚME     |     DOENÇA E MORTE     |     FAMÍLIA     |     FOBIAS     |     INFIDELIDADE     
VIOLÊNCIA     |     DIVÓRCIO     |     EDUCAÇÃO DOS FILHOS     |     ÁLCOOL E DROGAS     |     COMPORTAMENTO ALIMENTAR     |     DEPRESSÃO

LUTO PATOLÓGICO

A minha mãe sofreu a perda do meu pai há 43 anos. Já casou segunda vez, mas até hoje vive o luto e o sofrimento porque passou, arrastando toda a família com ela. Desde essa altura tudo é visto negativamente, apesar de já ter passado tanto tempo. A vida mudou mas ela continua num mundo sempre negativo. Já não sei o que fazer, nem como ajudar, porque também eu vivi sempre nesse ambiente e é horrivel para quem está à volta. Pensei ir a uma consulta de hipnoterapia, regressão, etc. Como pode ela ultrapassar o luto e passar a olhar para a VIDA?
A.

Embora desconheça as especificidades da sua situação familiar, e reconheça que o luto patológico consiste precisamente na incapacidade de ultrapassar a perda, creio que é mais importante centrar-se nas suas "queixas" do que no rótulo propriamente dito. Falar sobre a necessidade de "seguir em frente" ou sobre o facto de "não ser normal estar há tanto tempo em luto" não promoverá qualquer mudança. A sua mãe está com certeza a sofrer e isso implica que a leitora e o resto da sua família também sofram. Ora, do meu ponto de vista, fará mais sentido que dê voz à sua própria tristeza e ao sofrimento que lhe causa a inacção da sua mãe. Procure explicar-lhe que, se nada for feito, a leitora dificilmente conseguirá ser feliz. Proponha-lhe que procure ajuda, para que, através de um profissional especializado, a tristeza que agora domina as relações familiares possa dar lugar à harmonia real. É possível que a perda do seu pai tenha dado origem a uma depressão que, não sendo devidamente tratada, ter-se-á arrastado ao longo de tanto tempo. Mas isso não quer dizer que a sua mãe (e a leitora) devam aceitar esta situação como permanente. Há diversos tipos de ajuda ao vosso alcance e que vão desde uma primeira conversa com o médico de família até uma consulta com um psicólogo ou terapeuta familiar. A sua mãe poderá sentir-se mais confortável se for acompanhada pelos restantes membros da família a uma consulta onde se possa explorar o mal-estar de cada um, mas também é possível que prefira dar os primeiros passos sozinha. O importante é que não desista.