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MAL-ESTAR SEM EXPLICAÇÃO: ANSIEDADE

Há alguns anos quando frequentava a faculdade comecei a sentir-me com mal-estar sem explicação aparente (a não ser o facto de uma grande amiga ter tido um acidente de carro e, como acompanhei bem de perto o caso dela, deixou-me bastante mal). Recorri ao médico pensando que poderia ter algum problema físico, mas após todos os exames feitos a resposta foi: ANSIEDADE. Comecei por tentar viver com este mal-estar (mãos a suar; coração a bater aceleradamente; sensação de desmaio; vontade de desaparecer). A médica recomendou-me tomar SEDOXIL 2 vezes por dia mas como eu não me sinto assim permanentemente, só os tomo quando estou perante situações que me deixam mais ansiosa. O facto é que há alturas em que sem tomar nada ando sempre bem disposta e até me parece que tenho uma vida normal. Por outro lado, tenho fases em que me apetece desaparecer ou até mesmo morrer porque não consigo viver com estes sintomas. Escusado será dizer que isto me acarreta graves problemas a nível profissional, emocional e até relacional. Será que algum dia isto vai acabar?
S.

Cada pessoa avaliará de forma precisa os seus próprios níveis de ansiedade, bem como a capacidade para gerir o mal-estar que daí resulta. Independentemente desta auto-avaliação, podemos e devemos fazer o que está ao nosso alcance para que nos sintamos melhor - e isso inclui usar os recursos da ajuda especializada.

Não sei se o facto de ter acompanhado de perto o acidente da sua amiga está ou não na origem das suas dificuldades mas parece-me evidente que os sintomas que a levaram a pedir ajuda médica ainda não desapareceram. Compreendo por que é que decidiu tomar a medicação que lhe foi prescrita apenas em SOS. Afinal, a sintomatologia que descreve não estava sempre presente. Contudo, a confiança na sua médica deve implicar que lhe coloque todas as questões a respeito dos medicamentos a tomar e a rigorosa aplicação daquilo que lhe foi proposto. Se é verdade que cada pessoa é a principal cuidadora de si mesma, também é verdade que só os médicos podem determinar como e quando devemos deixar de tomar um medicamento, sob pena de a auto-gestão implicar riscos acrescidos.

Sugiro que converse abertamente com a sua médica e que equacione a possibilidade de fazer um tratamento regrado que, nestas situações, implica quase sempre a combinação de medicação ansiolítica/ antidepressiva e Psicoterapia.

Não há razões para sofrer sozinha. Estas são dificuldades partilhadas por milhões de pessoas em todo o mundo e que não têm nada a ver com a força de cada um. Trata-se de transtornos que podem e devem ser tratados.