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A INFLUÊNCIA DA EX-MULHER

Há mais de 1 ano que namoro com um rapaz espectacular. Acontece que ele é separado (não divorciado) e tem um filho pequeno. A ex-mulher não é uma pessoa normal. É agressiva, violenta e tem um temperamento explosivo. Já aconteceu ser violenta comigo. Mais tarde pediu-me desculpa mas notei uma certa falsidade na conversa. O problema foca-se essencialmente nela já que, não tendo família em Portugal, durante muito tempo o meu namorado e a família dele foram o seu amparo. Dois anos depois da separação (estiveram juntos 3 anos, primeiro em casa dos pais dele e depois em casa alugada), ele foi morar com os pais e ainda recebe cartas remetidas a ela em casa. Para além de ser super-dependente (pedir-lhe o carro emprestado, ligar-lhe para ele ir buscar gás etc, etc), não me parece que ele ou os pais dele (que eu adoro) lhe imponham os devidos limites. Um destes dias o pequeno ficou doente e ela foi lá para casa tomar conta dele. Quando lá chegámos à hora de almoço ela estava deitada na cama do meu namorado a dormir e o pequenote a brincar no quintal, ao frio. E não foi a primeira vez que isso aconteceu. Já fiz saber ao meu namorado que não me sinto confortável com o facto de, para além de ele não se decidir a iniciar o divórcio, nós tenhamos que aturar o mau feitio e dependência dela. Agora eu pergunto: Será que é normal o meu namorado não se decidir de uma vez e, para além de pedir o divórcio, começar a impor limites a certas situações? Tenho receio de que ele não se divorcie com medo que ela faça um escândalo e que peça a guarda do menino inteiramente para ela.
S.

Compreendo perfeitamente o seu desconforto e estou naturalmente de acordo quanto à necessidade de se definir de forma mais clara os limites em relação à ex-mulher do seu namorado. Felicito-a por ser tão clara na manifestação das suas emoções e louvo o esforço que tem feito no sentido de mostrar ao seu namorado aquilo de que precisa. De resto, sugiro que evite expressões como "não é normal" e que procure centrar-se naquilo que sente. Por outro lado, e pegando na sua própria reflexão, parece-me importante questionar o seu companheiro acerca dos medos que o impedem de avançar para o pedido de divórcio e/ou para a definição clara das fronteiras. É possível que o afecto que o une ao filho aliado ao medo (irracional ou não) de perder a guarda do menino esteja na origem deste impasse. Se assim for, terão de conversar abertamente sobre aquilo que cada um pode fazer para que a situação seja resolvida. Caso contrário, correm o sério risco de se pressionarem mutuamente, contribuindo para a agudização do problema.

Lembre-se de que o seu namorado não é seu adversário. Pelo contrário, são ambos vítimas de uma situação desagradável mas com consequências diferentes para cada um. Procure ouvi-lo acerca do que o preocupa e tente perceber se há algo que dependa de si para que o seu namorado se sinta mais apto a dar alguns passos. Se o impasse se prolongar, conversem sobre a possibilidade de recorrerem à ajuda da mediação familiar, que serve precisamente para ajudar os adultos a garantir que o processo de separação seja construtivo e defenda os interesses das crianças.