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A DEPRESSÃO E O AMOR

Estou a passar um momento difícil na minha vida. Estou com uma depressão que se desencadeou o ano passado e tem vindo a piorar desde então. Não sinto felicidade em nada. Estou a namorar e esta depressão tem vindo a afectar a minha relação. Para além das coisas já serem difíceis (pois namoramos à distância e não estamos juntos sempre), às vezes não sinto que o amo como no princípio, às vezes não sinto saudades dele ou parece que me esqueço que tenho namorado ou que ele existe... Estou muito preocupada porque com a minha depressão ele voltou a entrar numa (ele já tinha estado deprimido durante muitos anos) e agora parece que nada na nossa relação faz sentido. Eu quero que tudo volte ao normal, pois tenho um medo de morte de o perder. Sinto-me impotente perante isto tudo. Acha que isto é normal? Que posso começar a fazer para voltarmos a sentir o mesmo? Eu já não sei o que fazer, sinto- me tão mal pois não o quero magoar nem perder e visto que os dois estamos sentindo o mesmo não sei que fazer.
P.

Uma das consequências da depressão é precisamente o desinteresse generalizado - para além da tristeza e da fadiga, é perfeitamente natural que se sinta perdida, desorientada e que poucas coisas a motivem. Isso implica que até o seu namoro possa ser afectado e que, claro, o seu namorado também se sinta triste e confuso. Como não sei em que circunstâncias foi feito este diagnóstico, começo por sugerir que seja rigorosamente acompanhada em termos clínicos. Tratando-se de uma perturbação que afecta milhões de pessoas em todo o mundo, a depressão é uma doença tratável, que requer normalmente a prescrição de medicamentos e o acompanhamento psicoterapêutico. Falar com um médico de família é, na maioria das vezes, um passo fundamental para que se proceda ao encaminhamento para uma consulta de especialidade. Mesmo que não se sinta absolutamente confortável para falar sobre os seus problemas com um "estranho", é fundamental que reconheça que esta ajuda é determinante para que possa recuperar com segurança e rapidez. Esperar que os sintomas passem com o tempo é um erro tantas vezes cometido e que acarreta o risco de agravamento de uma doença que é incapacitante. Assumir que precisa de intervenção médica ajudá-la-á a sentir-se menos desesperada e a, progressivamente, ser capaz de recuperar a alegria pelas coisas de que sempre gostou.