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MARIDO SAIU DE CASA

Sou casada há 19 anos, temos 2 filhas - uma com 16 e outra com 10. Depois das férias tivemos uma discussão e ele fez as malas e foi para casa da mãe. Diz que está arrependido mas que não quer voltar. Estou perdida, ele deixou-me sozinha com uma firma e duas filhas, estou a tentar continuar mas tenho imensas crises de choro e uma tristeza enorme. Ainda gosto dele e muito. Pedi-lhe para voltar mas ele não quer. Sinto-me péssima e completamente perdida.
S.

Desconheço o percurso que a leitora e o seu marido já fizeram a dois, pelo que me é difícil avaliar a dimensão das dificuldades que os conduziram à discussão a que se refere. De qualquer modo, quero dizer-lhe que, apesar de a ida do seu marido para casa da mãe poder ser vista como uma atitude impulsiva, o facto de querer manter-se por lá pode ser um indício de que há questões sérias e importantes que merecerão a atenção de ambos, independentemente do rumo que a relação possa tomar. Estando casados há quase 20 anos, é natural que ambos tenham evoluído e que, desse crescimento, resultem algumas divergências, algumas lutas de poder e, consequentemente, a necessidade de voltarem a negociar e a ceder. Todos sabem que um casamento duradouro não é um mar de rosas constante, mas é cada vez mais difícil gerir os desafios que se colocam à manutenção de um casamento. Se aquilo que sente pelo seu marido é mais forte do que a mágoa que possa estar a sentir e se do outro lado houver o mesmo reconhecimento, valerá a pena fazerem uso dos recursos de que dispõem para restaurar a harmonia familiar. Bem sei que é difícil gerir a distância física, as saudades e as inseguranças que resultam deste afastamento, mas também é verdade que esta pode ser uma oportunidade para que cada um se assegure do que quer e, ao mesmo tempo, usufruam dos períodos em que estão mais afastados para esfriar a cabeça e evitar a escalada das discussões. Como têm duas filhas menores, é óbvio para mim que o afastamento físico não deve eternizar-se e muito menos devem fugir à resolução dos problemas que os separam. Conversar sobre as necessidades de cada um e sobre as mudanças necessárias é essencial mas pode não ser fácil, pelo que sugiro que equacionem a possibilidade de recorrerem à ajuda especializada (terapia de casal).